Após anos de crescimento nos índices de desmatamento, degradação e queimadas na Amazônia, os cientistas alertam que o bioma pode ser estar perto de um ponto de não retorno. Um estudo escrito por uma coalisão de cientistas e líderes indígenas apontam para o colapso já em 2029.
Artigo científico liderado por pesquisadores brasileiros aponta que se não forem tomadas medidas urgentes, o ano de 2050 pode marcar o início de uma redução substancial na cobertura de floresta na região amazônica. “A gente encontra aí mais ou menos 50% de possibilidades.
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa. A queda é bem maior quando comparada a 2022, quando foram registrados alertas de desmatamento em 1.661,02 km² na região.
O que aconteceria se a Amazônia deixasse de existir?
“A perda da floresta amazônica implicaria no desaparecimento dos enormes rios e biodiversidade da região, além de acabar com a regulação climática exercida pela floresta.
Além das estiagens, as previsões sobre o desmatamento da Amazônia sugerem que o futuro da floresta será "cinzento", especialmente se não houver mudanças nas políticas públicas (2). Caso essa previsão se concretize, a população da maior cidade brasileira vai sentir sede.
Após anos de crescimento nos índices de desmatamento, degradação e queimadas na Amazônia, os cientistas alertam que o bioma pode ser estar perto de um ponto de não retorno. Um estudo escrito por uma coalisão de cientistas e líderes indígenas apontam para o colapso já em 2029.
A Amazônia tem um papel vital para o futuro de todos. Como maior depósito de carbono, maior fonte de biodiversidade do planeta e lar de 30 milhões de pessoas – cujos direitos, culturas, tradições e meios de vida dependem dela –, a floresta deve ser protegida.
O desmatamento de milhões de quilômetros quadrados de floresta poderia desregular o regime de chuvas e acentuar o aquecimento global. A floresta está em equilíbrio apenas quando está em pé.
Sem a Amazônia – ou com a Amazônia pela metade –, o Brasil também será um país mais quente. No cenário em que a floresta toda vira pasto e o mundo entra no trilho para conter o aquecimento global, a temperatura na região Norte subiria 2,5ºC além do aumento de 1,5°C a 2,5°C que já aconteceria caso a mata ficasse de pé.
Qual é a principal causa da destruição da Amazônia?
O desmatamento 1. na Amazônia brasileira tem como principais causas diretas a pecuária, a agricultura de larga escala e a agricultura de corte e queima. Dessas causas, a expansão da pecuária bovina é a mais importante.
O que está causando as queimadas no Brasil em 2024?
Os incêndios que estamos acompanhando em 2024 são, em parte, devidos a eventos naturais e, em parte, por ação dos seres humanos. A questão se as mudanças climáticas têm a ver com o que está acontecendo não é uma pergunta com resposta simples.
Destruição. Cheiros inebriantes de flores, folhas, cascas de árvores, chuva e o mais puro oxigênio há muito tempo não são os únicos a permear o bioma amazônico, que há décadas enfrenta queimadas recorrentes, em boa parte provenientes de técnicas utilizadas para o desmatamento.
Fatores como aquecimento do oceano e expansão do desmatamento também contribuíram para estiagem dura e prolongada. Pesquisadores alertam para risco de substituição da floresta tropical por vegetação de tipo de savana caso tendência de aquecimento e estiagem se mantenha nas próximas décadas.
Uma pesquisa divulgada pela revista Nature aponta que 47% da Amazônia pode deixar de ser floresta até 2050 em virtude do aquecimento global e do desmatamento.
Com mais de 82 mil focos de incêndio de 1º de janeiro a 9 setembro deste ano, a Amazônia já alcançou o dobro de queimadas no mesmo período de 2023 e o recorde da série histórica desde 2007, quando registrou 85 mil pontos de fogo.
Segundo os pesquisadores, muito além dos impactos diretos sobre a própria floresta, ou sobre a própria região amazônica, o colapso do bioma teria o poder de desencadear alterações climáticas brutais em todo o planeta, com “consequências catastróficas para o bem-estar humano”, incluindo insegurança hídrica e alimentar, ...
Abriga imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas ou pouco estudadas. É berço da maior bacia hidrográfica do mundo. O desmatamento destrói a capacidade que esse imenso oceano verde tem de nos proteger.
Por que a Amazônia é considerada o pulmão do mundo?
É sabido que a Amazônia corresponde a cerca de 7% da superfície total do planeta e possui aproximadamente 50% da biodiversidade mundial. Em razão, sobretudo, de sua rica cobertura florestal e de sua consequente capacidade de filtragem do ar atmosférico, já chegou a ser considerada como uma espécie de "pulmão do mundo".
A desertificação da floresta amazônica terá efeitos catastróficos para o clima e para a biodiversidade, impactando não só as populações locais, mas todo o planeta. É preciso esforços e parcerias em ações que possam desacelerar ou zerar o desmatamento e a degradação na região.
A agricultura e a pecuária, grandes obras de infraestrutura, a exploração madeireira, a grilagem de terras, o garimpo e a expansão dos assentamentos humanos são atividades com grandes impactos sobre a floresta, especialmente quando são feitas de forma ilegal ou sem obedecer a um zoneamento ecológico-econômico.
Um estudo publicado na revista Nature nesta quarta-feira (14), liderado por cientistas brasileiros, alerta que a Amazônia pode atingir o ponto de não retorno até 2050. Assim, o ritmo de degradação das últimas décadas terá levado ao colapso parcial ou total da floresta.
O que o Brasil vem fazendo para preservar a Amazônia?
O programa Floresta + é destinado à valorização de quem preserva e cuida da floresta nativa brasileira. Num primeiro momento, o programa vai destinar mais de R$ 500 milhões, do Fundo Verde do Clima, para remunerar quem preserva, conserva e recupera a natureza na Amazônia Legal.
O Arpa tem o objetivo de promover a conservação e a proteção permanente de 60 milhões de hectares ou 15% da Amazônia brasileira – uma área maior que a Alemanha. É considerado o maior programa de conservação de florestas tropicais do mundo.