Na teoria clássica da psicanálise, o complexo de Édipo ocorre durante o estágio fálico do desenvolvimento psicossexual (a idade de 3 até 6 anos), quando ocorre também a formação da libido e do ego; no entanto, pode se manifestar em idade mais precoce.
O Complexo de Édipo, conforme proposto por Sigmund Freud, é uma fase do desenvolvimento psicossexual que ocorre na primeira infância, geralmente entre 3 e 6 anos de idade. Nessa fase, a criança desenvolve sentimentos de atração pelo pai do sexo oposto e rivalidade com o pai do mesmo sexo.
De acordo com a teoria de Freud, a criança que não consegue resolver o complexo de Édipo é aquela que não conseguiu se identificar com o pai, ou seja, que não imita os comportamentos do seu gênero e, por isso, não desenvolve comportamentos que busquem substituir a figura materna.
224) afirma que o superego é herdeiro do complexo de Édipo. E a sua formação ocorre após esse último ser desconstruído, já que a criança durante o seu desenvolvimento sente que está em uma “disputa” pelo amor e a atenção do progenitor do sexo oposto.
Como funciona o Complexo de Édipo? Freud e a Casa do Saber explicam | Mapa do Saber - Episódio 01
Como o Complexo de Édipo é resolvido?
A correta resolução do Complexo de Édipo, que ocorre com a intervenção dos pais em conter a necessidade de atenção que a criança desenvolve, é fundamental para que os pequenos cresçam e tenham uma saúde emocional bem desenvolvida.
O principal é quando os pais começarem a perceber essa reação da criança, de exigir a atenção de um dos dois, não reforçando essa atitude. “Os pais não devem ceder a essa necessidade de atenção. A criança tem de entender que o pai e a mãe têm uma vida além da relação com ela.
O Complexo de Édipo é o processo na formação da personalidade pelo qual toda pessoa passa. O que ocorre, em algumas pessoas, é o entendimento do "amor do pai" ou "amor da mãe" pelo filho(a). (Chamado de complexo de Electra, por Yung, no caso da filha).
Primeiro, suportando a identificação com o pai e o enamoramento da mãe. Depois, com tal identificação passando a assumir um colorido hostil, vinculado, por sua vez, ao desejo de substituir a figura paterna em relação à mãe &– o chamado Édipo “normal”.
Durante a vivência edipiana, a criança experimenta um movimento erótico de seu corpo em direção ao corpo da mãe e do pai, o que se difere da busca sexual da puberdade que se dirige a objetos fora do seio familiar. Assim, impulsos sexuais são dirigidos à mãe e um sentimento de ódio é dirigido ao pai (Freud, 1900/1996).
A mãe fálica toma a criança como objeto do seu gozo mortífero. Por ser uma mãe narcisista, não deseja dividir o filho com mais ninguém. Daí, o seu golpe de força desafia a consistência do golpe de força do pai.
Quais são as consequências do Complexo de Édipo? Nos meninos, essa culpa leva ao medo inconsciente de perder o pênis e, nas meninas, haveria a inveja do pênis. Segundo Freud, quando não ocorre uma boa resolução do Complexo de Édipo, podem surgir perturbações psíquicas, incluindo psicose e perversão.
O filho do rei e da rainha de Tebas é o protagonista do mito e foi nomeado Édipo. Temerosos pelo que ouviram do oráculo, Laio e Jocasta decidiram livrar-se de Édipo, convocando um servo para dar fim à vida da criança. O servo se compadeceu e não a matou, deixando-a pendurada em uma árvore à própria sorte.
Como se dá a dissolução do complexo de Édipo na menina?
A dissolução do Complexo de Édipo ocorre em meio à primazia do falo, ou seja, como o falo passa a ser visto como parte essencial do ego, a castração é vivida como ferida narcísica.
O complexo de Édipo termina ao final da infância, inicio da adolescência, por volta dos 13 anos de idade. Nesse período a criança percebe que não precisa substituir os pais, mas passa a querer superá-los, o que gera a revolta adolescente.
Via de regra, o período completo dura dos três aos cinco anos. Durante esse momento conflituoso, a criança vai percebendo que não é mais o centro da atenção dos pais e começa a percebê-los como figuras distintas que fornecem amor, carinho, mas também frustrações — ao proibir alguns de seus comportamentos e atitudes.
O que pode ocorrer se o complexo de Édipo for mal resolvido?
O Édipo mal resolvido suscita as neuroses adultas, a evitação da castração causa neuroses, tiques, manias, perversões. A angustia de castração e o seu retorno como recalcado na vida a adulta é a medula espinhal da neurose masculina. O prazer e o medo de ser punido esta na base dessa neurose, logo o Édipo é uma neurose.
Theodor Reik via a “mãe Jocasta”, como alguém com uma própria relação afetiva adulta insatisfatória e uma super preocupação por sua criança como uma fonte primária de sua neurose.
Tratamento. O complexo de Édipo não exige tratamento específico. Isso porque não são todas as pessoas que vivenciam este período de uma forma clássica. Além disso, essa fase do desenvolvimento da criança passa de forma natural, sem riscos de complicações ou algo do tipo.
O que está por trás da associação de que os filhos são mais apegados a mães e as filhas são mais apegadas aos pais são as fases de desenvolvimento comportamental da criança. No começo, todo bebê se identifica com a mãe, independentemente do sexo, por ser o primeiro vínculo de amor na vida dele.
Durante o Complexo de Édipo, uma criança desenvolve sentimentos de atração romântica ou amorosa pelo genitor do sexo oposto (Édipo ou Electra), ao mesmo tempo em que pode sentir rivalidade ou hostilidade em relação ao genitor do mesmo sexo.
Freud denomina este segundo caminho de complexo de masculinidade, que nas mulheres explicaria uma escolha homossexual manifesta. Se seu desenvolvimento seguir o terceiro caminho, a menina atingirá a atitude feminina normal final, tomando então o pai como objeto amoroso.
O complexo de Édipo invertido se refere à afeição dada à criança pelo genitor do mesmo gênero. Ou seja, os meninos se afeiçoam ao pai, demonstrando ciúmes de ver a mãe próxima do pai e têm atitudes agressivas contra a mãe, além de ter sentimentos negativos contra ela.