Mais de 1.100 pessoas morrem por dia por doenças cardiovasculares, problemas do coração e da circulação. Isso significa que cerca de 46 pessoas morrem por hora, e uma pessoa morre a cada 1,5 minuto. Só em 2022, são mais 190 mil pessoas vítimas de paradas cardiorrespiratórias.
Somente em 2024, mais de 60 mil brasileiros já morreram de doenças do coração. No ano de 2023, 1.416.655 óbitos foram registrados oficialmente pelo Serviço Nacional de Registro Civil Brasileiro. São mortes de naturezas distintas e, entre elas, estão os brasileiros que morreram vítimas de doenças cardiovasculares.
O Infarto Agudo do Miocárdio é a maior causa de mortes no país. Estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto e que a cada 5 a 7 casos, ocorra um óbito.
Os fatores de risco levam em consideração um estilo de vida mais sedentário e menos saudável em relação à alimentação e sono. Ainda, homens são mais propensos a infartarem do que mulheres, conforme aponta Mateus Veloso, cardiologista do Sírio-Libanês em Brasília.
“Certamente quem já sofreu um infarto tem mais chances de sofrer outro. O paciente que já sofreu um evento do tipo é considerado de alto risco cardiovascular e possui uma chance de novos eventos em 10 anos superior a 10% para mulheres e a 20% para homens”, explica o cardiologista Gabriel Dotta.
Saiba o que acontece com o coração de uma pessoa que sofre um infarto
Quantos infarto Um coração pode aguentar?
Hoje não é tão raro encontrar uma pessoa que sobreviveu a mais de um ataque cardíaco, inclusive seguindo uma vida praticamente normal. No passado, os casos eram exceção. O ex-vice-presidente americano, Dick Cheney, é um exemplo incomum: sobreviveu a cinco ataques cardíacos.
“O infarto é mais frequente em homens, especialmente a partir dos 45 anos, porém, também tem acometido pessoas mais jovens. Ainda, observamos um aumento significativo no sexo feminino”, afirma o cardiologista. “Dor no peito é um dos principais sintomas, que pode ser irradiado para o braço, normalmente, esquerdo.
A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstrui-las. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo.
Apesar de estar associado a população mais idosa, o infarto em pessoas jovens também é possível e está se tornando cada vez mais comum, principalmente em mulheres.
É infarto ou crise de estresse? Embora sejam minoritários, cerca de 15% dos casos de infarto são causados por uma situação de estresse repentino e muito forte, desencadeado pelo fechamento das artérias coronarianas.
De acordo com Felipe Gavranic dos Reis, especialista em Cardiologia e Médico Cardiologista da CCRmed, o paciente normalmente apresenta sinais entre uma e até duas semanas antes do infarto e costuma recorrer ao pronto-socorro para ser medicado.
“Controlar a pressão e diabetes, manter uma dieta balanceada, deixar de fumar, praticar atividades físicas e tentar reduzir a carga de estresse são medidas que tendem a diminuir o risco de doenças cardiovasculares, principalmente de infarto”, afirma Danielli Lino, membro do Grupo Condutor do Infarto Agudo do Miocárdio ...
“A incidência no público mais jovem vem aumentando consideravelmente por causa de fatores como estilo de vida sedentário, má alimentação, tabagismo e estresse”, diz Jasvan Leite, cardiologista do Hospital do Coração (Hcor).
Porém, o risco de morte por infarto era 24% maior nas mulheres tanto no primeiro mês quanto até um ano após o evento em comparação aos homens. Elas eram também mais idosas e com maior prevalência de comorbidades, como hipertensão, diabetes e sobrepeso, o que pode explicar o risco elevado de morte por doença cardíaca.
“A prevalência de infarto do miocárdio em mulheres está aumentando. Segundo relatório de 2021, da Associação Americana de Cardiologia, a sobrevida depois do infarto é de 8,2 anos para homens e apenas 5,5 anos para mulheres. Elas sobrevivem menos tempo.
Hábitos como o consumo de alimentos ultraprocessados e o uso de drogas contribuem para a maior incidência. Por serem rapidamente absorvidos pelo organismo, ultraprocessados ampliam riscos de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão.
Segundo o cardiologista do Centro de Especialidades Metropolitano, o CRE Metropolitano, Edilson de Castro Araújo, a principal característica do infarto é a dor no peito caracterizada por uma sensação de peso e que pode se espalhar para o braço e pescoço, entretanto, a população deve se atentar também a outros sintomas.
Se o paciente sofre uma isquemia cardíaca e evolui com uma arritmia maligna fora de um ambiente hospitalar, as chances de sobreviver são muito pequenas. A fibrilação ventricular precisa ser revertida com um desfibrilador em questão de minutos.
As mudanças no estilo de vida vistas nos últimos anos, com rotinas cada vez mais corridas e estressantes, somadas à má alimentação e ao sedentarismo, têm provocado um aumento no número de infartos na faixa entre os 18 e os 39 anos de idade. “O caso mais precoce que já tratei foi de um jovem de 22 anos.
Entre os sintomas ocasionados pelo estresse estão a pressão alta, a ansiedade, a depressão, doença do refluxo gástrico, problemas intestinais, dores de cabeça, AVC e infarto. “A persistência dos níveis elevados de pressão arterial pode levar, com o tempo, a um caso de insuficiência cardíaca, além do infarto.
De acordo com o trabalho, ir para a cama antes das 22 horas e depois da meia-noite aumenta em 24% e 25%, respectivamente, a probabilidade de episódios de acidente vascular cerebral e infarto. O período mais adequado é entre 22 e 23 horas, momento em que o risco de algum problema de coração chega a apenas 12%.
Fumantes. Os tabagistas têm mais chances de ter um infarto porque esse hábito favorece a formação e acúmulo de placas de gordura e contribuem para a hipertensão, estresse, depressão, diabetes e obesidade.