Quanto o governo Bolsonaro gastou com propaganda na Globo?
Isso equivale a 25% do total que o governo investiu em anúncios na tevê nesse período (R$ 47,9 milhões). É um recorde para a TV Globo desde que Bolsonaro tomou posse. Em 2019, a emissora obteve 17% das verbas de publicidade do governo na tevê. Essa proporção vem aumentando constantemente desde então.
Durante o governo Bolsonaro, a Record esteve na frente: entre 2019 e 2022, recebeu 272,2 milhões de reais em propaganda do Planalto contra 263,6 milhões de reais da Globo e 232,2 milhões de reais do SBT.
O gasto total com publicidade saiu de R$ 633 milhões em 2022 para R$ 451 milhões em 2023. Além da redução dos gastos de divulgação, houve uma mudança na prioridade dada a cada meio de comunicação. Os R$ 257 milhões gastos com TV em 2023 são 56% do valor da publicidade governamental em 2023.
Com Jair Bolsonaro no poder, a emissora que mais recebeu verbas publicitárias do governo foi a Record (R$ 33,6 milhões), do aliado bispo Edir Macedo. Segundo lugar para o SBT (R$ 28,4 milhões), do também bolsonarista Silvio Santos. A Globo aparece em terceiro com os já citados R$ 27,5 milhões.
Entre 2003 e 2014, ao longo dos 2 mandatos de Lula e do 1º de Dilma Rousseff, o Grupo Globo recebeu em média R$ 560 milhões de verbas publicitárias do governo federal. Com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, a quantia despencou.
Sob o petista, o Ministério das Relações Exteriores desembolsou R$ 65,9 milhões nas investidas internacionais. Com o ex-presidente, as despesas somaram R$ 38,8 milhões. Lula ficou 62 dias fora do país em 2023 e viajou mais que seu antecessor. Isso explica em parte os custos maiores.
Quanto Itaipu gastou em publicidade no governo Bolsonaro?
Em 2019, na gestão Bolsonaro, Itaipu lançou licitação nos mesmos moldes da atual para selecionar agência de publicidade. Na época, o valor anual era de R$ 13,9 milhões, podendo chegar a R$ 69,7 milhões caso o contrato fosse renovado por até 5 anos. Eis a íntegra do edital 2178-19 (306 kB).
Co-fundador da Lanx Capital Investimentos, que atua no mercado financeiro, Medeiros doou R$ 100 mil para a campanha no dia 20 de outubro. Outro financiador, Shawqi Hilal Mohd Naser, também doou R$ 100 mil para Lula.
De janeiro a junho deste ano, segundo dados da Secom, a emissora recebeu R$ 12 milhões para veicular propagandas oficiais. Isso equivale a 25% do total que o governo investiu em anúncios na tevê nesse período (R$ 47,9 milhões).
Ambas tinham recebido em torno de 4,6 milhões de reais, cada uma, no primeiro trimestre de 2023, e agora passaram de 8 milhões de reais. Com isso, elevaram a sua participação no total de 14% para 19% (SBT) e 20% (Record) — já a Globo viu a sua participação diminuir de 63% para 50%.
De 2022 a 2023, as contas públicas pioraram em R$ 282,5 bilhões em valores atuais. O deficit de 2023 corresponde a 2,1% do PIB (Produto Interno Bruto), bem acima da promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de ter um rombo de até 1% do PIB.
Em apenas três meses desde o início de 2024, o governo Lula já gastou mais de R$277,4 milhões somente em viagens de seus funcionários, incluindo comissionados, terceirizados e até “convidados”. As informações são do portal Diário do Poder e foram publicadas nesta sexta-feira, 19.
Além disso, os contratos de publicidade funcionam por demanda, ou seja, não necessariamente a despesa prevista será executada. No ano de 2023, foram executados 82% dos R$ 450 milhões previstos no contrato.
Quanto a Globo deixou de ganhar com o governo Bolsonaro?
A significativa redução de propaganda governamental não vai levar a TV Globo à falência, como preveem muitos bolsonaristas, porém, sem dúvida, aquele dinheiro faz falta. No primeiro semestre de 2021, a maior empresa de comunicação do País teve prejuízo de R$ 114 milhões.
Fora a redução de faturamento, os donos do Grupo Globo tem outro motivo para detestar Bolsonaro. Esse de natureza histórica: a emissora nasceu sob o regime militar, cresceu, se expandiu e se tornou poderosa com o apoio da turma de coturno. Paradoxalmente, está sendo levada à lona por um militar.