Exu é o Deus africano saudado no afro-atlântico. Seu culto, entretanto, não é homogêneo. Resulta de um longo processo hisórico de conflitos, trocas, diálogos, negociações, imposições e resistências entre diversos sistemas cosmológicos que entraram em contato na confluência africanas, eurupeias e amaricanas.
Exu é um Orixá primordial ligado à ordem, ao movimento, à comunicação e à fecundação, responsável por abrir caminhos, vigiar mercados e habitar encruzilhadas.
Quando se veem as primeiras Bíblias traduzidas para o iorubá ou fon-ewe, Exu ou Legba é traduzido como “evil”, o mal (em inglês), o diabo. Mesmo o Alcorão traduzido para o iorubá o coloca como ash-Shaitan, o demônio.
Segundo a terminologia nagô, Exu é Elegbara (a força do princípio universal dinâmico do mundo) e Bará (a força singular-universal que anima cada corpo). Ele fala com a voz e com o corpo ao mesmo tempo.
“Em suma, Exu, quando abre os caminhos dos homens, é associado aos santos católicos e é tido como 'do bem'. Entretanto, quando fecha os caminhos dos homens, é visto como 'do mal' e comparado com as legiões de demônios que impedem o acesso dos homens aos bens do céu”, escreve o professor.
Assim, ele faz a ligação entre Olodumaré e os seres humanos, atuando como mensageiro, intermediário e participando do princípio de tudo o que vier a existir. Como diz o ditado: "Sem Exu, não se faz nada". Por toda essa importância, Exu é o Orixá que recebe as oferendas em primeiro lugar pelos adeptos do Candomblé.
A figura de Pomba-Gira pode ser identificada como companheira, mulher (não esposa) dos Exus, desempenhando, quando em sua presença, os papéis esperados da figura feminina no contexto do modelo tradicional das relações de gênero.
A Umbanda é Sagrada porque é uma religião onde os mistérios de Deus têm uma feição humanitária e estão voltados para nossa evolução e nosso amparo espiritual, assim como de todas as pessoas que frequentam seus templos, também denominados de tendas.
O evangelho de Jesus Cristo é uma das suas referências morais por meio de valores como caridade e fraternidade – o próprio Cristo é uma figura de destaque na figura do orixá Oxalá. A religião prega também a imortalidade da alma, a reencarnação, e a existência e a interação com entidades espirituais.
Nesse sentido, passam a conviver, no âmbito dos credos afro-brasileiros, o Exu-Orixá (cultuado pelo candomblé) e o Exu-Egum (reverenciado pela umbanda).
Os umbandistas acreditam na existência de um deus soberano chamado Olorum (equivalente a Olódùmarè). Eles também creem na imortalidade da alma, na reencarnação e no carma, além de reverenciar entidades, que seriam espíritos mais experientes que guiam as pessoas.
Os exus mais evoluídos são chamados de "Exus cabeças/chefes de legião", e comandam uma legião espiritual. São eles: Exu Sete Encruzilhadas- serventia direta de Oxalá. Exu Tiriri - serventia direta de Yori.
Resumo. O cemitério também é morada de Exus, Pombas-giras e pretos velhos, entidades cultuadas pela Umbanda. As variações de ritos que formaram esta religião brasileira são percebidas também nos locais de atuação de seu panteão de espíritos.
A frase 'Só Jesus expulsa o Tranca Ruas das pessoas' foi exibida dentro de um clipe sobre favelas no telão do Coachella, enquanto Lud se apresentava. Tranca Ruas é um exu, espírito cultuado nas religiões de matriz africanas. É diferente de Exu, um dos orixás mais conhecidos do candomblé.
3. Pomba-gira. Conhecida como dama da noite, nas duas crenças é considerada a figura feminina de Exu. Além de atuar como mensageira espiritual, a pomba-gira também exerce o papel de uma mulher independente e dominadora – relacionada ao amor e ao desejo.
3 Empunha a lança e obstrui o caminho aos que me perseguem; dize à minha alma: Eu sou a tua salvação. 4 Sejam envergonhados e humilhados os que buscam a minha vida; voltem atrás e envergonhem-se os que contra mim intentam o mal. 5 Sejam como palha perante o vento, e o anjo do Senhor os faça fugir.
O orixá Exu é uma das entidades da religiosidade afro-brasileira cercada por um acalorado debate teológico. Para alguns, ele é compreendido como uma entidade desprovida de valores morais que pode fazer o bem ou o mal desde que seja previamente recompensado.
É visto como o mais humano dos orixás: nem completamente mau, nem completamente bom. Possui caráter irascível, astucioso, grosseiro, vaidoso, indecente e que gosta de suscitar dissensões e disputas quando não devidamente propiciado.
O Exu é um intermediário entre o plano espiritual e o material, desempenhando um papel de mensageiro, guardião e equilibrador de energias. Exu é frequentemente invocado em rituais para questões relacionadas ao equilíbrio, proteção, comunicação e resolução de problemas práticos.
Recebe o nome de Umbanda um dos diversos cultos religiosos sincréticos surgidos no Brasil entre os séculos XVI e XX, fruto do contato dos diferentes povos que contribuíram para a formação cultural e religiosa da população.