Um estudo recente da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP investigou o tema da mortalidade masculina, mostrando que homens morrem mais que mulheres, por várias causas. A maior diferença entre os sexos foi observada nas mortes pelas causas violentas ou causas externas.
Destaca-se que os homens são as maiores vítimas da violência. A taxa média de mortalidade masculina por essas causas na década foi de 119,6/100.000 habitantes, sendo 5 vezes maior que a taxa média observada para as mulheres (24/100.000 habitantes).
Os óbitos foram conseguidos do Sistema de Mortalidade-SIM e dados populacio- nais do IBGE. Os homens morrem mais que as mulheres por todos os grupos de causa mas a diferença é mais acentuada em causas externas (Figura 1).
Os homens fumam mais e bem mais. Morrem mais cedo, em virtude fundamentalmente desses dois fatores. Tabagismo masculino “versus” tabagismo feminino: a morte masculina por esse motivo é 60% superior ao feminino. Em relação ao álcool: as mortes masculinas são 20% maior que as do sexo oposto.
Quem morre por amor: Homem ou Mulher ?(#TenteNãoRir)
Por que o homem morre mais cedo que a mulher?
Trabalhos de risco e doenças cardíacas também são motivos para mortes prematuras entre os homens. Mas há ainda outras causas que geram a diferença de expectativa de vida entre os gêneros.
Os homens têm um risco de morte por causas externas 4,4 vezes superior ao das mulheres, seguido pelos gupos de doenças do aparelho digestivo (2,2 vezes maior), doenças respiratórias (1,8) e cardiovasculares (1,7).
A violência é predominantemente cometida por homens jovens no mundo inteiro. Estudo sobre homicídios feito pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e publicado em 2014 aponta que 95% dos assassinos no mundo são homens. Eles também são a maioria das vítimas de mortes violentas.
Uma análise feita pela BBC de dez anos de dados de pesquisas globais do Instituto Gallup indicam que as mulheres têm demonstrado cada vez mais sentimentos de raiva e estresse, em nível maior que o dos homens.
Homens se tornam 70% mais propensos a morrer após perder a esposa, aponta estudo. A perda do cônjuge é um período delicado e vulnerável para qualquer pessoa. Pesquisas indicam que o período de viuvez pode impactar na saúde durante muitos anos.
Acidentes de trânsito, confrontos interpessoais ou suicídio, atividades profissionais sem cuidado, como quedas, além de doenças respiratórias e alguns tipos de cânceres matam mais homens que mulheres.
As mulheres vivem em média sete anos a mais que os homens. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2020. Antes, na década de 1950, a diferença era de apenas 3 anos, o que mostra que as mulheres aumentaram a expectativa de vida num ritmo maior que o dos homens.
No país, a maior quantidade de óbitos mal definidos concentra-se na faixa de 60 de idade e mais; isto é, representa 67,2% das mortes por causas mal definidas, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM) referentes a 2005.
O câncer de próstata é o mais incidente no homem (excluindo-se o câncer de pele não melanoma) e o segundo que mais mata, atrás do câncer de pulmão. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor.
Mulheres apresentam um risco significativamente maior comparado com o dos homens para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade ao longo da vida. Além disso, diversos estudos sugerem maior gravidade de sintomas, maior cronicidade e maior prejuízo funcional dos transtornos de ansiedade entre as mulheres.
Sentimentos como nervosismo e entusiasmo são frequentemente associados mais a um gênero do que ao outro. Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, avaliaram se as mulheres realmente são mais emotivas que os homens, já que a ideia de elas serem mais emotivas que eles pode ser só um estereótipo.
As doenças isquêmicas e cerebrovasculares são as maiores responsáveis por óbitos em todas as regiões do Brasil, exceto no Norte, onde as agressões estão em primeiro lugar.
Em relação aos países, o que registrou maior taxa de homicídios em 2021 foi a Jamaica, com 52,13 a cada 100 mil habitantes, seguida por África do Sul (42,40) e Saint Lucia (38,96). Veja abaixo o ranking dos países com as maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes em 2021, segundo dados da UNODC.
A sabedoria popular diz que eles morrem mais cedo do que as mulheres - e os números comprovam. Em 2022 na Alemanha, por exemplo, os homens tinham expectativa de vida de 78 anos, enquanto as mulheres, de 82,8 anos.
Para os homens, esta expectativa era de 72,0 anos e para as mulheres, de 79,0 anos. Estimativas indicam que a esperança de vida caiu de 76,2 anos em 2019 para 74,8 anos em 2020 e para 72,8 anos em 2021. A queda desse indicador refletiu o aumento das mortes relacionado à pandemia de COVID-19.