A história do mungunzá remonta aos tempos coloniais, quando os escravizados africanos trouxeram suas tradições culinárias para o Brasil. O prato original era feito com milho branco, cozido em água com açúcar, e às vezes, leite de coco, resultando em uma mistura cremosa e doce.
O munguzá ou mungunzá é uma iguaria afro-brasileira ou, mais precisamente, afro-baiana. Uma representação do saber culinário africano adaptado a ingredientes brasileiros, vide o leite de côco, com um toque de especiarias indianas que nos chegaram por Portugal, o cravo e a canela.
Muitas histórias envolvem a origem do prato, que para alguns vem dos Tupinambás, para outros da África ou ainda da Índia. A mais verossímil, no entanto, é que é uma iguaria afro-brasileira. O mungunzá é muito parecido com o cachupa de Cabo Verde, prato salgado de milho cozido com feijão e carne ou peixe.
Segundo historiadores, a canjica chegou ao Brasil com os escravos e era um alimento bastante comum nas senzalas e nos quilombos. Quando a receita avançou para a casa dos senhores, ganhou novos ingredientes e se popularizou no Norte do País.
Prato à base de milho, o mungunzá, ou mucunzá como falamos informalmente, é bastante tradicional no Ceará, especialmente no período dos festejos juninos.
COMO FAZER MUNGUNZÁ CREMOSO FÁCIL E RÁPIDO | MUNGUNZÁ MILHO AMARELO | Nandu Andrade
Como é chamado o mungunzá em São Paulo?
Para regiões norte e nordeste, por exemplo, a palavra mungunzá é amplamente utilizada. Em contrapartida, nas regiões sul e sudeste o chamam de canjica.
A palavra mungunzá é de origem africana, especificamente do quimbundo mu'kunza, que significa milho cozido. Já canjica tem outra raiz etimológica, oriunda da palavra kandjica, também da língua quimbundo.
A canjica, ao lado da moqueca, da paçoca, do mingau, do beiju, da carne moqueada, seria uma deliciosa herança dos Tupinambá, índios brasileiros que habitavam o litoral, quando da chegada dos europeus nos começos do século 16. O estudioso recifense concebe a canjica como sendo derivada do termo tupi “acanjic”.
Ao longo dos anos, a receita de canjica ganhou novos ingredientes: leite de coco, cravo, canela e outros. Outras teorias, como defendida pelo sociólogo Gilberto Freyre, apontam que a canjica se originou no Brasil, com os indígenas tupinambás, que também possuíam a tradição de consumir mingaus e papas de milho.
Na região Nordeste e Norte do Brasil o prato é chamado de canjica, enquanto nas regiões de cultura caipira e no interior do estado do Rio de Janeiro é denominado de curau e papa de milho ou ainda de mingau de milho.
Já nas religiões afro-brasileiras, um prato semelhante, mas sem tempero nem sal, recebe a denominação de mukunza ou, mais comumente, ebô, uma comida ritual na cultura Jeje-Nagô. Etimologicamente, a palavra é de origem africana e provém do kimbundo mu'kunza, que em português se traduz por «milho cozido».
Que a canjica da parte sul do Brasil - o doce feito com milho, leite de coco, açúcar, cravo e canela - é chamada de mungunzá mais ao nordeste, muita gente já sabe.
O que os africanos trouxeram quando vieram para o Brasil?
Resumo. A influência africana no Brasil ocorre através de diversos aspectos hoje comuns à nossa cultura, tais como: a língua, a culinária, as danças , as músicas, algumas religiões e demais costumes dos diversos grupos vindos do continente africano.
O que os africanos que vieram ao Brasil trouxeram consigo?
Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam.
A dúvida ocorre porque, na maior parte do Brasil, o milho branco e o amarelo são igualmente chamados de canjica. No entanto, no Nordeste, o prato com milho branco é chamado de mungunzá, enquanto a versão amarela é chamada de canjica.
O munguzá (também chamado de mungunzá) é uma comida à base de milho que surgiu na África, mas que se popularizou bastante no Brasil. O prato tem várias versões, tanto doces, quanto salgadas, dependendo da região do país onde ele é preparado. Em alguns locais, é conhecido até como canjica.
A teoria diz que os escravizados, nas senzalas, consumiam essa papa, que era barata e saborosa". Em seguida, Tawany conta que o surgimento da receita de canjica pode ter acontecido aqui no Brasil, sendo criada pelos indígenas.
Porém, se você mora na Região Norte ou Nordeste, é mais provável que conheça essa sobremesa como “mugunzá”, “mungunzá” ou “munguzá” – isso sem falar nas variações como “canjicão” (Rio de Janeiro), “mingau de milho branco” (Pará) e a curiosíssima “chá de burro” (regiões do Maranhão e do Piauí).
Um dos derivados do milho que representa uma herança cultural de confraternização é a pamonha, que foi herdada dos índios, posteriormente aperfeiçoada tanto por portugueses quanto por africanos. Embora consumida em muitas regiões brasileiras, não há um consenso em qual estado a pamonha é tida como prato típico.
Um exemplo é que o doce curau, como é conhecido em São Paulo, é conhecido como canjica em Pernambuco; e a canjica de São Paulo é o munguzá-doce de Pernambuco.
Mungunzá, mugunzá, ou mucunzá como é chamado pelo povo do santo é o nome da comida ritual votiva, pertinente aos orixás oxalá, oxaguian, oxalufan e o ikise lembarenganga, tanto no candomblé como na umbanda.
Parecido com um mingau que leva milho, arroz, leite de coco e outros segredos, o nome pode ser estranho para os visitantes, mas está marcado na memória dos camocinenses ou daqueles que já provaram da iguaria. Seu Evandro afirma que o chá de burro foi inventando por seu pai, que se chamava Manduca, Manoel Barros Galvão.