A administração de remédios antipsicóticos é o principal alicerce para o controle do transtorno. Uso deve ser somente com prescrição médica/psiquiátrica, de forma contínua, com o intuito de prevenir melhorar as crises, diminuir sintomas (como os delírios e as alucinações) e evitar recaídas.
O professor ressalta que “não existe tratamento para a esquizofrenia sem remédio”, mas também é possível fazer uso de outros métodos em conjunto com os medicamentos como terapia ocupacional, reabilitação e treinamentos cognitivos, que podem proporcionar melhoras significativas no quadro dos pacientes.
Além dos medicamentos, também podem ser necessárias algumas terapias para ressocialização. Quem já está em tratamento não deve interrompê-lo apenas porque está bem, pois os surtos podem voltar a acontecer. A esquizofrenia não tem cura, mas se tratada, é possível viver bem com ela.
Tratamento multidisciplinar ajuda a controlar esquizofrenia
Também é necessário que o paciente passe por intervenções psicossociais. Como exemplos, podem ser citadas a psicoterapia, terapia familiar, terapia ocupacional, reabilitação cognitiva e até treino de habilidades sociais.
Dependendo de como é feito o tratamento, a pessoa com esquizofrenia pode ter uma vida normal e, inclusive, casar e ter filhos. “Se ela está fazendo o tratamento, está bem, está estável, tem total condição de ter uma vida normal. Trabalhar, constituir família. Não tem nenhuma contra-indicação em relação a isso.
Como tratar a Esquizofrenia? Psiquiatra Maria Fernanda Caliani explica.
É possível ser feliz com esquizofrenia?
O estudo mostra que a felicidade entre aqueles com formas crônicas da esquizofrenia está associada a atributos psicológicos e sociais positivos, tais como a resiliência, otimismo e menor estresse.
Até hoje, não foi descoberta a causa da esquizofrenia, mas a combinação de alguns fatores genéticos, cerebrais e do ambiente podem desencadear a doença. Fatores hereditários - parentes de primeiro grau de um esquizofrênico têm mais chances de desenvolver a doença do que as pessoas em geral.
Hoje, a esquizofrenia não tem cura, e seus sintomas são controlados por meio de terapia cognitiva e de medicamentos antipsicóticos, que atuam na regulação da dopamina no cérebro. A eficácia, no entanto, é limitada, especialmente para os sintomas chamados de negativos, diz Elkis.
“A principal forma de evitar as crises é o tratamento adequado e a aderência ao tratamento farmacológico. A grande maioria das crises é causada pelo não uso ou até mesmo pelo uso inadequado da medicação”, afirma Dr. Proença.
Como uma pessoa com esquizofrenia enxerga o mundo?
A esquizofrenia é uma doença mental, em que o sujeito pode confundir realidade com imaginário. Os olhos da mente de um esquizofrênico podem estar repletos de ilusões, pensamentos mágicos, superstições, mas também ansiedade, irritabilidade e um mal estar permanente, chamado disforia.
Mesmo que cada paciente tenha uma sintomatologia própria, a manifestação da doença é grave o suficiente para comprometer a capacidade de trabalho e convívio em sociedade. Sem tratamento, há risco, inclusive de suicídio. A esquizofrenia não tem cura.
A esquizofrenia denominada hebefrênica é a mais grave de todas e acomete mais indivíduos jovens, entre 15 e 25 anos de idade. O transtorno é marcado por sintomas como perturbação dos afetos, comportamento irresponsável e imprevisível, pensamento desorganizado e discurso incoerente.
Após surto a pessoa lembrará apenas parcialmente de alguns fatos acontecidos antes do surto. Mas as lembranças podem estar contaminadas por ideias delirantes ou distorcidas. Quanto mais grave o surto, pior a capacidade de se lembrar de fatos, pois maior será a perda neuronal.
A esquizofrenia será diagnosticada quando ambos os critérios a seguir estão presentes: Dois ou mais sintomas característicos (delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento desorganizado, sintomas negativos) persistem por, no mínimo, seis meses.
“Durante um surto psicótico o paciente pode apresentar alucinações, delírios, ansiedade, agressividade, pensamento ou comportamento desorganizado e, geralmente, a pessoa apresenta um discurso confuso, incoerente, narrando uma história que não existe, alterando pensamento e comportamento”, esclarece.
De acordo com o Código Internacional de Doenças (CID-10), os tipos de esquizofrenia descritas são: a esquizofrenia paranóide, hebefrênica, catatônica, indiferenciada, residual, simples, não especificada e outras esquizofrenias.
A esquizofrenia é um transtorno mental bastante complexo de causas ainda hoje desconhecidas. O tratamento farmacológico dessa síndrome consiste basicamente no uso de medicamentos antipsicóticos, os quais melhoram os sintomas e ajudam o paciente a conviver normalmente em sociedade.
Fatores ambientais – A exposição a certas infecções virais; complicações da gravidez e do parto, como o uso de cigarro durante a gestação, o baixo peso ao nascer e a hipóxia (falta de oxigênio) durante o parto; más condições socioeconômicas; e o uso de certas drogas psicoativas ou psicotrópicas, como a maconha e ...
Os resultados mostraram diferenças na entonação de voz entre indivíduos com e sem esquizofrenia. Ana Cristina explica que as pessoas com esquizofrenia apresentaram pouca variação de simetria e dispersão na entonação da fala, ou seja, elas expressavam suas emoções pela voz de forma menos acentuada.
Dialogar de forma franca, evitar internações (exceto em casos de surtos ou crises agudas), não minimizar os medos e alucinações da pessoa, incentivar sua independência e socialização, não esperar nem cobrar metas irreais e garantir o tratamento medicamentoso e psicoterápico são igualmente importantes.
Em conjunto com o tratamento medicamentoso, a psicoterapia e a terapia ocupacional são bastante indicadas para controlar a doença e facilitar a reinserção do paciente na sociedade. Algumas terapias complementares e mudanças de hábitos também podem ser recomendadas de acordo com as necessidades de cada paciente.
Qual o tratamento mais moderno para esquizofrenia?
Um medicamento inédito para a esquizofrenia e depressão associadas ao transtorno bipolar recebeu registro da Anvisa. O novo produto é o Latuda (cloridrato de lurasidona), um antipsicótico que deve ser comercializado em comprimidos de 20mg, 40mg e 80mg, em embalagens de 7, 14, 30 ou 60 comprimidos.
É perigoso viver com uma pessoa que tem esquizofrenia?
Na verdade, as pesquisas mostram que índices de violência física entre pessoas que sofrem de esquizofrenia e pessoas "normais" são iguais. Não há risco aumentado de homicídio. Esse temor é, sobremaneira, promovido pela mídia sensacionalista.
O que uma pessoa com esquizofrenia é capaz de fazer?
O cérebro da pessoa com esquizofrenia tem um desequilíbrio de neurotransmissores que provoca sintomas como alucinações, delírios, ideia de perseguição, pensamento desorganizado, dificuldade de falar, perdas cognitivas, perda na capacidade de demonstrar emoção, entre outros.
“Várias patologias podem levar ao surgimento de sintomas psicóticos, como fala sem sentido e desconexão com a realidade”, afirma a psiquiatra Luciana Staut. A esquizofrenia pode ser confundida, por exemplo, com o transtorno bipolar, o autismo e até com a depressão.