A concepção de amizade está no centro do pensamento ético e político do filósofo grego e possui relação direta com a virtude e a felicidade. Como virtude, a amizade suscita a benevolência, a reciprocidade e o querer bem (ARISTÓTELES, 1999, 1155b 31-2,1156a 1-5; ARÃO, 2011).
Para ele, a amizade não é apenas um sentimento de benevolência ou um intercâmbio sentimental, mas uma verdadeira virtude. A virtude da amizade, porém, não é apenas uma virtude individual, mas também uma virtude política (uma πολιτικη αρετη), com um papel fundamental na vida da Cidade (Pólis)11.
Segundo o autor, a felicidade consiste em uma atividade da alma conforme a virtude. É o bem supremo, que tem um fim em si mesmo, sendo almejado por todos. O que constitui a felicidade são as ações virtuosas, e as atividades viciosas conduzem o contrário.
Quais são os três tipos de amizade em Aristóteles?
Com isso volta-se com mais precisão à reflexão sobre os três tipos de amizade (virtuosa, útil e agradável) defendida por Aristóteles que diferem em “espécie” e em “formas” de amor e de amizade, mas em cada uma delas existe “amor mútuo”relacional.
Qual é o tipo de amizade mais valorizada por Aristóteles?
Três tipos de amizade
Embora a amizade baseada no caráter seja a forma mais elevada, só se consegue ter alguns amigos íntimos desse tipo. Leva tempo para se conhecer o caráter de alguém — e muita convivência para se manter uma amizade dessas.
Qual a concepção de FELICIDADE para ARISTÓTELES? | Ética aristotélica | História da Filosofia
Por que a amizade é relevante na ética aristotélica?
Aristóteles vê a amizade como fundamental para a coesão social e a justiça. Ele argumenta que uma comunidade justa e harmoniosa é sustentada por laços de amizade, que promovem o bem comum e a cooperação.
Quais tipos de amizade Aristóteles considerava passageiro?
Esses 3 tipos de amizade são os seguintes: 1) a amizade baseada na utilidade ou interesse, 2) a amizade baseada no prazer, e 3) a amizade baseada na virtude — ou o que podemos chamar aqui de amizade verdadeira.
Ao contrário de Platão, Aristóteles defendia que a origem das idéias é através da observação de objetos para após a formulação da idéia dos mesmos. Para Aristóteles o único mundo é o sensível e que também é o inteligivel.
Porque para Aristóteles a felicidade é autosuficiente?
Entendemos então que para Aristóteles a felicidade é algo final e auto- suficiente, é o fim a que visam as ações (p. 125). Não é conseguida por adição, é algo de pleno e que se mantém por si mesma, sendo por isso o fim das coisas tomadas como objeto de ação.
Aristóteles discordava de quase todas as ideias de seu mestre, Platão. Aristóteles acreditava que a nossa experiência é o que nos leva a conhecer e a entender o mundo. Ele acreditava que todos os seres são fruto da junção da essência e da matéria. Ele não acreditava num “mundo das ideias” que existia além da realidade.
Amizade (do termo latino vulgar amicitate) é uma relação afetiva, a princípio sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo.
Uma amizade se trata de reciprocidade, se trata de afeto. Uma amizade te preenche. Talvez a amizade seja a relação mais importante, simplesmente pelo fato de estar presente em todas as relações. Em um namoro, é imprescindível ter amizade, em uma relação de pais e filhos, nem se fala.
Este trabalho discute os conceitos de amizade segundo Platão, Aristóteles e Cícero, com ênfase na bondade, na virtude e na semelhança. Para Aristóteles, a amizade exige intimidade e constância. Os homens egoístas, que esperam do amigo apenas vantagens e benefícios, não são dignos de amizade.
O filósofo grego Aristóteles coloca que “A amizade é um coração que habita em duas almas” e chama de amizade verdadeira aquela que se baseia na virtude, além da afeição mútua. Já o orador romano Cícero é categórico ao dizer que só é possível haver amizade entre o que ele chama de “homens de bem”.
Nietzsche ainda defende que a amizade se trata de uma virtude nobre e defende que ela é uma forma de amor extremamente relevante e que deve ser valorizada, embora muitas vezes amigos acabem se separando ao longo da vida, por um motivo ou outro.
Por que a amizade é uma virtude importante na ética aristotélica?
Segundo a ética aristotélica, uma vida virtuosa conduz o homem ao bem supremo, que é a felicidade. É justamente por isso que o tema da amizade está inserido na ética, pois a amizade é, segundo Aristóteles, estruturalmente ligada à virtude e à felicidade.
A amizade como marca da filosofia significa que tal relação surge a partir do próprio pensamento. O amigo é produzido por uma relação que se dá a partir do plano dos conceitos. Trata-se de um plano impessoal.
O bem é ou deve ser sempre desejado por si mesmo, logo a amizade deve ser algo que se almeja enquanto um bem por si mesmo. Platão faz uma analogia com a sombra, pois a sombra é reflexo de alguma coisa que não é ela mesma, apenas se delineia como uma imagem prolongada e deformada daquilo que reflete.
Já Aristóteles, mais voltado para materialidade, via o amor como uma parte natural da vida humana, encarnada em nossas relações. Para Platão, o amor é a busca pelo bem supremo e pela união com a forma de beleza. Para Aristóteles, o amor é uma emoção complexa que pode ser experimentada e cultivada de diferentes formas.
A palavra philia (φιλία), embora traduzida por amizade, pode ser entendida como tipo para todas as afeições, consistindo na afeição-matriz mais forte e desenvolvida na cultura da Grécia Antiga.