O banho era visto como um ato imoral e associado a práticas pecaminosas. Devido à falta de banhos regulares, a nobreza e a alta classe social recorriam ao uso excessivo de perfumes e aromas fortes para mascarar os odores corporais. A higiene oral era praticamente inexistente. As pessoas limpavam os dentes com panos.
A saúde era precária, mas as pessoas medievais não gostavam de sujeira. Ninguém precisa dizer que a higiene na Idade Média era abismal comparada com hoje. As ruas das cidades eram tomadas por lixo, esterco de cavalo, urina. Fezes humanas serviam de esterco, e esse esterco levava à reprodução de parasitas.
Como as pessoas se limpavam antes do papel higiênico?
Quando estavam em terra, os vikings frequentemente usavam lã de ovelha no lugar de papel higiênico. No entanto, como a maioria dos outros marinheiros pré-modernos, quando estavam em alto mar, eles defecavam diretamente no oceano e se limpavam com uma corda que ficava pendurada para fora das embarcações.
Até o século 14, os europeus eram relativamente limpinhos. Em que pese a opinião negativa da Igreja, que achava banho uma coisa pecaminosa, quase todas as cidades grandes tinham banhos públicos e no verão existia o hábito de se lavar várias vezes por mês, ou até todos os dias.
As cidades, no medievo, eram densamente povoadas. Os resíduos - fezes, urina e águas fétidas - eram lançados pelas janelas. As roupas eram lavadas raramente e, como conseqüência, elas ficavam infestadas de pulgas, percevejos, piolhos e traças.
O banheiro era comunitário e não necessariamente havia diferenciação de gênero. Todos se sentavam lado a lado em uma latrina coletiva. Ali as pessoas faziam suas necessidades enquanto interagiam, debatiam assuntos diversos e, até mesmo, realizavam banquetes.
Na Antiguidade, a ausência de redes encanadas e esgotos era suprida com a utilização de copos e bacias que permitiam a realização do banho. Geralmente, as pessoas se sentavam em uma cadeira enquanto despejavam pequenas porções de água nos lugares a serem higienizados.
A imundície era generalizada, porque lixo e dejetos eram despejados na rua. Havia latrinas públicas em algumas cidades, mas elas eram evitadas pelas condições repulsivas. Os moradores tinham penicos _ que despejavam pela janela, não raro sobre a cabeça de alguém.
A população medieval tinha por hábito esfregar os dentes e as gengivas com panos de linho ásperos. Pastas caseiras como a feita da junção de sal com sálvia moída eram comuns. Além de limpar os dentes, essas pastas colocadas nos panos contribuíam para o branqueamento dental e para um hálito fresco.
Muitas leis da Idade Média buscavam restringir o consumo excessivo de comida e bebida — das pessoas mais pobres, é claro. Por isso, em 1336, uma lei foi promulgada para proibir que as pessoas recebessem mais do que dois pratos de comida durante uma refeição.
Antigamente, não havia privadas e nem sistema de esgoto — a maioria das pessoas fazia suas necessidades ao ar livre, entre árvores e arbustos, ou usava penicos.
Pode enxugar as partes íntimas com papel higiênico?
A região precisa ser enxugada completamente, não podendo ficar úmida. Pois este é o tipo de ambiente ideal para a proliferação de bactérias e fungos. Use sempre uma toalha seca, ou um pedaço de papel higiênico mais firme.
Os homens da caverna podiam não conhecer a escova de dentes, mas tentavam limpá-los com galhos e folhas de árvores. Os assírios usavam as mãos e dedos.
A História mostra que o banho na Idade Média era praticamente nulo. Além da precariedade dos sistemas de higiene, o novo comportamento religioso apresentava a prática como um ato desonroso e impuro. Para Vigarello, a água do banho é insinuante e perturbadora, porque supõe o toque com o corpo.
Os banhos dele limitavam-se aos recomendados pelo médico; em geral, a limpeza do rei era feita com pano com água, álcool ou saliva. Para amenizar o mau hálito, a população precisava esfregar os dentes e gengivas com panos e uma mistura de ervas, já que escovas e pastas de dente ainda não existiam.
Na época da rainha Vitória, o palácio de Buckingham não tinha nenhum local especial para tomar banho… Na França, o rei Louis XV tomou somente dois banhos em toda sua vida, um no dia do seu casamento e outro durante um certo evento nacional.
De acordo com Horácio de Almeida (1978) a higiene dos dentes era feita através da esfregação com o dedo, ao qual se juntava uma pele de fumo ou raspa de juá para fazer espuma.
Mais primitivamente, foram encontrados, em tumbas etruscas e egípcias, pedaços de ramos ou gravetos que eram esfregados sobre as superfícies dentárias para a limpeza dos dentes.
Antes de sua invenção, que data do século XIX, as pessoas costumavam fazer a sua limpeza com folhas de hortelã, água e por vezes sabugos de milho. Diz-se que o papel higiênico foi inventado na China, em 875, mas a invenção também já foi atribuída a Joseph Gayetty, de Nova Iorque, EUA, que a teria concebido em 1857.
A maioria das pessoas comia com as mãos — talheres eram raros e a comida costumava ser servida em grandes fatias de pão amanhecido, chamadas de trenchers. Lavar a sujeira acumulada durante o dia era uma necessidade, além de um sinal de respeito por quem o estivesse alimentando.
O banho foi proibido na Europa nos séculos 15 e início do 16, porque como a peste era invisível, os médicos não sabiam como é que ela penetrava no corpo. Então, recomendavam que se desenvolvesse uma grossa camada protetora de cascão, de forma que não fosse atingido pelos mesmos.
O auxílio aos doentes era o mesmo dado aos pobres, alocados em diversos albergues ou casas-de-Deus, regidos por religiosos, onde se focava menos no trato do corpo e sim na purificação e preparação para o Além.