Nas sociedades disciplinares, as instituições sociais assumem papéis de vigilância, normatização e exame constante dos sujeitos, de tal maneira que o poder, exercido minuciosamente, marca os corpos e lhes impõe condutas (FOUCAULT, 1999).
Nesta obra, Foucault descreve a sociedade moderna em termos de uma sociedade disciplinar na qual prevalece a produção e a reprodução de modelos de disciplina e controle social permanentes e presentes em todas as instâncias da vida do indivíduo.
Foucault rompe com as concepções clássicas deste termo e define o poder como uma rede de relações onde todos os indivíduos estão envolvidos, como geradores ou receptores, dando vida e movimento a essas relações. Para ele, o poder não pode ser localizado e observado numa instituição determinada ou no Estado.
Por tratar a questão de saber e poder, Michel Foucault nos ensina que a sociedade se organiza por meio de instituições, as quais visam garantir uma ordem social, mas, igualmente, afetam quem somos e regem nosso modo de viver.
Como Foucault caracteriza a sociedade contemporânea?
Na obra de Foucault, uma sociedade sem relações de poder é uma abstração. Logo, quando ele se refere ao fato de que indivíduos não estariam submetidos à disciplina, não está dizendo que essas pessoas não se encontram entrelaçadas em relações de poder.
FOUCAULT (SOCIEDADE DISCIPLINAR) - CONCEITO FILOSÓFICO I Prof Toninho
O que Foucault defendia?
O poder em Foucault reprime, mas também produz efeitos de saber e verdade. Foucault acreditava que os acontecimentos deveriam ser considerados em seu tempo, história e espaço. De acordo com Veiga-Neto (2003:43), sua obra pode ser dividida em três fases cronometodológicas: arqueológica, genealógica e ética.
O contemporâneo passa a ser marcado pelo fim dos padrões, da estabilidade, da segurança e das certezas. Surge o tempo da indefinição, do medo e da insegurança. Para realizar estudos e análise da sociedade contemporânea é imprescindível compreender a linha de pensamento do sociólogo polonês Zygmunt Bauman.
Ele propõe uma nova política da verdade que permeie não somente o campo da produção do conhecimento, mas também o da prática e o da militância política. A aposta de Foucault é na desestabilização contínua das relações de poder.
A disciplina é um tipo de poder e, assim, a sociedade disciplinar é o espaço social de exercício predominante de práticas, uso de instrumentos e técnicas, além de níveis de aplicação que comportem a possibilidade do disciplinamento.
O pensamento de Foucault segue uma linha crítica, extemporânea e cética. Sua ideia é questionar as verdades que se dizem universais e mostrar como todo pensamento está submetido ao seu tempo e espaço.
Para Foucault, a prisão não corrige nem reabilita, mas gera e mantém um ciclo de criminalidade e marginalização. Um ponto central da análise de Foucault é a noção de que a prisão faz parte de um sistema mais amplo de controle social, que ele chama de “dispositivo carcerário”.
No aspecto prático, políticas de saúde pública, como campanhas de vacinação, contra câncer, o controle de epidemias, a escolha de quais doenças investir recursos, a relação com a longevidade e o controle de natalidade, são modos de exercer biopoder.
Foucault (1979)vê o poder como algo difuso, presente nas relações sociais, não vinculado a uma instituição ou indivíduo específico, mas assim como um agente que gera ações e interações na sociedade.
O que é a sociedade do cansaço segundo Byung Chul?
“A sociedade do cansaço” é o nome de um ensaio do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han sobre uma enfermidade que está acometendo a sociedade. Segundo os conceitos de Han, o cansaço é uma resposta do corpo para o excesso de positividade e cobrança que a sociedade impõe.
O poder é exercido, seja para impor uma vontade a outrem, para compor interesses diferentes e até mesmo divergentes ou para fazer valer uma norma coletiva capaz de promover a harmonia nas relações humanas. O fato é que a relação de poder é um fator inerente à vida em sociedade.
Por meio de uma investigação histórica, ele desenvolveu uma genealogia do poder. Em vez de pensar o poder como uma coisa, Foucault dizia que o poder estava nas relações, em uma rede de poderes que se expande por toda a sociedade, com o intuito não somente repressivo, mas, também, normalizador.
Sociedade disciplinar. Mudanças sociais ocorridas no séc. XVIII e XIX levaram a alterações do jogo do poder, que foi sendo gradativamente substituído pelo que Foucault denomina de sociedades disciplinares, as quais atingiram o seu apogeu no séc. XX.
A sociedade de controle exprime sua forma em máquinas computacionais que, em rede, tornaram onipresentes os algoritmos. Seu poder de modulação é infinitamente mais contínuo e variável quando comparado à disciplina.
Quais são as principais ideias de Vigiar e Punir, de Michel Foucault?
“Vigiar e Punir aborda o problema da institucionalização do poder de forma muito nova, o que deixou marcas profundas nas pesquisas históricas e sociológicas que se seguiram a ele.
Ela é a crítica dos limites e possibilidades do sujeito de conhecimento. O fio condutor do pensamento de Foucault também é a problemática da verdade. No entanto, trata-se de tomar distância dos privilégios do sujeito de conhecimento para debruçar-se na produção histórica da verdade.
Para o marxismo, a subordinação do homem pelo homem tem uma origem e história, remonta-se à divisão da sociedade em classes. Para Foucault, a opressão só tem história, mas é eterna, imanente ao próprio homem. Não há dúvida de que, para Foucault, as relações de opressão são imanentes ao ser humano.
A sociedade contemporânea é marcada por um acelerado processo de transformação e mudança, não somente no aspecto da materialidade (coisas, objetos, redes técnicas, fluxos, capital etc.), mas, também, no aspecto da imaterialidade (comportamento, hábitos, ideias, conduta, pensamento, etc.).
Nossa sociedade contemporânea se caracteriza, entre outros adjetivos, pela hiperconectividade, a sociedade está cada vez mais conectada, com maior ou menor grau de inclusão e acessibilidade a depender do contexto, nossa era é marcada pelo contato constante com ferramentas tecnológicas e os dispositivos móveis, o que ...
Vivemos em uma sociedade marcada historicamente pela desigualdade e discriminação. A problemática educacional está diretamente relacionada às contradições sociais. Os privilégios de alguns demandam a exclusão de muitos. A democratização da escola suscitou novas formas de exclusão, agora endógenas.