A prática de quebrar um comprimido pela metade para alcançar a dose prescrita pelo médico pode prejudicar o tratamento ou expor o paciente a uma superconcentração do remédio, deixando-o vulnerável a efeitos tóxicos.
O que acontece se eu tomar metade de um comprimido?
Seja pela indisponibilidade da dose certa na farmácia ou uma tentativa de fazer o medicamento render mais, cortar os comprimidos na metade pode gerar riscos à saúde. Além de não garantir uma proporção igual do princípio ativo do remédio nas duas partes, a prática pode interferir no tratamento do paciente.
Além de comprometer a eficácia da substância, partir um comprimido não garante que se está tomando exatamente "meia dose". Isso porque, com métodos caseiros, é impossível comprovar que as duas partes são iguais, explica a farmacêutica.
Apesar da contraindicação no geral, a divisão do comprimido pode ser indicada em dois casos: Quando a orientação dos especialistas é que o paciente aumente a dose de um remédio aos poucos; Quando o paciente deve parar de tomar a medicação, mas gradualmente, em um processo chamado de "desmame".
Lá, o comprimido pode se desmanchar e liberar o medicamento para ser absorvido pelo corpo. Esse revestimento também pode servir para fazer com que ele libere lentamente o medicamento para o corpo, proporcionando mais comodidade para quem toma.
Uma resolução de 2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que comprimidos revestidos, medicamentos com liberação controlada, cápsulas, drágeas e pílulas não podem ser partidos. A advertência deve constar na bula dos remédios.
Outro fato preocupante apontado em estudos é que a prática de fracionar o comprimido pode causar dosagens subterapêuticas ou até sobredosagens, o que pode prejudicar o tratamento e seus resultados no controle e remissão de doenças.
Você sabia que tomar apenas meio comprimido pode envolver vários riscos? Seja por achar um medicamento “forte” demais ou porque comprou uma caixa com o dobro da dose necessária, muitas pessoas podem acreditar que parti-lo não é um problema, mas essa ação é contraindicada sem a orientação médica.
Um dos principais erros é triturar comprimidos ou abrir cápsulas para facilitar a deglutição. Uma cápsula pode ser desenvolvida para não se degradar no estômago - se retirarmos o seu conteúdo, ela pode perder o efeito. O omeprazol, por exemplo, tem seu efeito reduzido se sofrer trituração.
Embora esmagar o comprimido para que fique mais fácil de engolir seja uma prática comum, o CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo) alerta que dividir, triturar ou dissolver medicamentos pode comprometer, sim, sua eficácia, principalmente os revestidos.
Normalmente, é possível partir comprimidos sulcados de liberação imediata ou que não contenham fármacos de índice terapêutico estreito. Quando for possível partir o medicamento, é preferível usar um aparelho específico para esse uso. Entretanto, ainda assim, as partes obtidas podem não ser uniformes.
Essa prática pode ser perigosa porque a cápsula tem a função de proteger as mucosas da boca e do esôfago, a fim de garantir a absorção correta, a eficácia e a ação do medicamento.
O que fazer quando não consegue engolir comprimido?
O primeiro passo é cortar uma rodela não muito grossa da banana, pois ela vai servir para ajudar o comprimido a escorregar mais facilmente dentro da garganta. Por fim é só esmagar essa rodela com um garfinho e enrolar no medicamento de maneira que ele fique escondidinho, tal qual o recheio de uma mini coxinha.
Os comprimidos não devem ser partidos ou triturados, embora haja exceções. De qualquer forma, não se deve guardar comprimidos partidos ou triturados no organizador.
A divisão dos medicamentos não garante uma proporção igual do princípio ativo nas duas partes e pode prejudicar o tratamento. Seja pela indisponibilidade da dose certa na farmácia ou uma tentativa de fazer o medicamento render mais, cortar os comprimidos na metade pode gerar riscos à saúde.
A prática de quebrar um comprimido pela metade para alcançar a dose prescrita pelo médico faz parte da rotina de milhares de brasileiros, mas o que muitos não sabem é que essa prática pode prejudicar o tratamento ou expor o paciente a uma superconcentração do remédio, deixando-o vulnerável a efeitos tóxicos.
O mesmo vale para medicamentos em cápsulas: não abra e dissolva o pó em água, a menos que seu médico tenha instruído para que tome dessa forma. E também, nada de deixar os remédios dissolvendo na boca. Isso só pode ser feito caso eles sejam desenhados para esse uso.
Pesquisadores descobriram que medida pode não garantir a dose correta para o tratamento ou provocar intoxicação. Um estudo feito no sul do país comprovou que o hábito comum de cortar comprimidos ao meio traz riscos à saúde.
Em vez de ingerir a cápsula do medicamento, posso abri-la e dissolver seu conteúdo em um copo de água?” Não. A cápsula é necessária para proteger o conteúdo interno e só liberá-lo no momento e local certo no corpo.
Segundo Giovanna, o sulco pode permitir que se divida o remédio ao meio, seja para ajuste de dosagem ou por dificuldade de deglutição, prática conhecida por partição. Mas, para usar a partição, avisa a acadêmica, é necessária a orientação médica ou farmacêutica.
Dá para abrir as cápsulas? Não. A parte externa serve como uma proteção para a substância ativa. Se você tem dificuldade de ingerir esse tipo de medicamento, converse com médico para avaliar opções.