Lacan diz que, na experiência analítica, o conceito de gozo designa uma “polaridade” do sujeito2 heterogênea àquela do significante e nomeia essa polaridade como “as Page 2 Opção Lacaniana OnLine Felicidade... 2 posições subjetivas do ser”3: ser do sujeito ($), ser do saber (S2), e ser sexuado, (ser do objeto a).
Trata-se, de modo geral, da origem do sentimento religioso, qualificado por Rolland como sentimento oceânico e entendido por Freud como a repetição do sentimento de plenitude experimentado pelo bebê no início da vida, antes da separação psicológica da mãe, ou seja, o narcisismo.
O desejo não se mostra claramente e, como sabemos, tudo que é cifrado, ambíguo ou obscuro exige interpretação. E é essa a condição de sua manifestação no sonho, concebido por Freud como realização de desejos, nos lapsos, nos sintomas, na fantasia de cada um.
A Psicanálise Lacaniana, assim como outras psicanálises, baseia o seu atendimento na associação livre, onde o analisante pode dizer tudo que lhe vier em mente, sem censura. Além do conteúdo trazido como relato, também são explorados os sonhos, devaneios, fantasias, lapsos de linguagem, entre outros.
Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho. Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque.
Lacan não apenas afirma que o inconsciente é como uma língua. Ele também propõe que, antes da língua, não existe o inconsciente para o indivíduo. É apenas quando a criança adquire uma língua é que ela se torna um sujeito humano, isto é, quando ela passa a fazer parte do mundo social.
4 São Paulo out./dez. 2012. O conceito de gozo na clínica de Lacan é um conceito complexo que envolve a assimilação de várias teorias, sejam elas dos utilitaristas, dos sociólogos ou dos juristas. É um conceito que partilha também de uma dimensão ética, política e estética.
Che Vuoi?”significa o que queres? Essa clássica frase do Lacan retrata o enigma vivido pela criança em relação a suas figuras parentais. A criança se indaga todo momento o que deve ser feito para ser amado por aqueles que cuidam dela, ou pelo menos chamar a atenção deles.
Vamos nos aprofundar em alguns dos seus principais pilares. 1. Linguagem e Inconsciente: A revolucionária afirmação de Lacan de que "o inconsciente é estruturado como uma linguagem" rompeu com muitas convenções anteriores da psicanálise.
Lacan traduz, então, Rede para o campo psicanalítico: "A fala plena é a que visa, que forma a verdade tal como ela se estabelece no reconhecimento de um pelo outro. A fala plena é fala que faz ato." (1953-1954/1975, p. 125/6). Ou seja, a fala plena estabelece o reconhecimento dialético do sujeito pelo analista.
A expulsão de Lacan da IPA foi causada por ele não obedecer às normas daquela instituição e ter muitos alunos, analisandos e supervisionados ao mesmo tempo, bem como por conta das “sessões curtas” de cinco minutos que Lacan insistia em manter — algumas sessões de Lacan foram de apenas um minuto.
Quando Lacan diz que “o sujeito é feliz, percebe-se facilmente que não se trata do indivíduo. A tal ponto que, servindo-me outra vez das palavras de Jean-Pierre Klotz, poderíamos dizer que "a felicidade do sujeito é a infelicidade do indivíduo".
Alguns décadas depois, o filósofo iluminista Immanuel Kant (1724/1804), na obra “Crítica da razão prática” definiu a felicidade como “a condição do ser racional no mundo, para quem, ao longo da vida, tudo acontece de acordo com o seu desejo e vontade”.
Para Friedrich Nietzsche a felicidade é frágil e volátil. E complementava, a melhor maneira de começar o dia é, ao acordar, imaginar se nesse dia não podemos dar alegria a pelo menos uma pessoa.
Diz Lacan que o eixo é o desejo do analista; isto reproduz o elemento de alienação – há um ponto em que o desejo do sujeito jamais pode reconhecer-se, e como mostra a experiência analítica, "é de ver funcionar toda uma cadeia no nível do desejo do Outro que o desejo do sujeito se constitui".
Enquanto a filosofia tradicional tende a ver o sujeito como um ser autônomo e racional, Lacan argumentava que o sujeito é marcado pela falta e pelo desejo. Para ele, o sujeito está sempre em busca de completude, mas essa completude é impossível de ser alcançada.
Resumo: Lacan utilizou letras em lugar de palavras para falar dos quatro discursos. Estas letras têm um código a ser decifrado: S1= significante mestre; S2= o saber; $= sujeito barrado; a= pequeno a, o mais-de-gozar.
A verdade, definida por ele como “não-toda” (Lacan, 1985), mantém um traço do real, o que determina que não pode ser toda dita, não pode ser toda transcrita para o campo do simbólico; sempre deixa um resto: o objeto pequeno a. A verdade delata uma impotência (Lacan, 1992, p. 49) própria do saber.
Em Lacan, o que dá essência e, de certa maneira, a unidade ao ser é o gozo, e só o gozo, porque nenhum predicativo (a totalidade predicativa é impossível) pode dar unidade ao ser sexuado que é divisão. Por isso, o que o ser exige enquanto Um, enquanto unidade, é a infinitude do gozo, seja do corpo ou do Outro.
Dessa maneira, uma mulher sente que uma parte de si está submetida ao gozo fálico (gozo sexual, determinado pelo significante falo), enquanto a outra se situa no gozo Outro, no gozo do corpo (gozo que escapa ao domínio significante). É importante registrar que é a partir do gozo fálico que podemos supor um outro gozo.
Sofrendo de um câncer no cólon que tardou à operar, já muito debilitado desde um acidente de carro em 1978, Lacan reduziu sem cessar as suas atividades a partir de fevereiro de 1980.
A teoria dos espelhos, de Jacques Lacan, médico, psiquiatra e psicanalista francês, acredita que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós. Ele acredita que nosso papel, como humanos, é aprender sobre nós mesmos, através das nossas relações.
Lacan, de origem católica, se dizia “filho de padre”, por ter sido educado pelos irmãos maristas. Os dois não se omitem de examinar o campo das “verdades” religiosas, separando o interesse investigativo da crença. Embora Freud e Lacan tenham o ateísmo como ponta de lança da psicanálise, há uma diferença entre os dois.