A cerâmica é uma arte indígena brasileira típica da tribo de Marajós, localizada na Amazônia. Para os marajoaras e também as outras tribos que a produzem, a cerâmica possui um valor simbólico, pois muitas delas eram usadas para guardar corpos de entidades importantes da tribo.
A chamada arte do fogo – que vem do grego “kéramos” e significa, barro, argila – são encontradas com frequência em escavações arqueológicas. No Brasil a cerâmica indígena é feita muito tempo antes da colonização e seu aspecto está relacionado com às tradições tribais.
Por que a cerâmica é o elemento da arte indígena que mais conhecemos?
Cerâmica: forma e cores
Eles carregam consigo a historicidade de um povo que tem raiz fincada nessa terra. As cores e padrões não são apenas enfeites, já que populações indígenas não veem suas peças de cerâmica com peças artísticas, elas tem uso real no dia a dia das aldeias e povoados.
Qual a importância da cerâmica na cultura indígena?
“Nas culturas indígenas que trabalham com cerâmica, esse tipo de arte vai além da dimensão material e se insere em um universo maior, que inclui as relações sociais, a relação com a natureza e com a sobrenatureza”, esclarece o curador.
Parte da premissa que a modelagem utiliza objetos da cultura indígena traz uma proposta pedagógica que possibilita o desenvolvimento humano, considerando que os sujeitos se tornam capazes de desenvolver cognitivamente e socialmente pelo campo da arte e pela experiência estética.
A grande maioria de tribos desenvolve a cerâmica e a cestaria. Os cestos são, em sua maioria, feitos a partir de folhas de palmeiras e usados para guardar alimentos. Já na cerâmica, são produzidos vasos e panelas de barro modelado.
Dessa forma, a arte indígena brasileira guarda aspectos individuais de cada tribo. Ela está expressa na pintura corporal do índio, nas plumagens que eles usam sobre a cabeça, na arte em cerâmica, nas cestarias feitas de palhas, nas máscaras e até mesmo nas danças e rituais.
Essas propriedades permitiram que a cerâmica fosse utilizada na construção de casas, vasilhames para uso doméstico e armazenamento de alimentos, vinhos, óleos, perfumes, na construção de urnas funerárias e até como superfície para escrita.
Os materiais cerâmicos são fundamentais na maioria das edificações, por conta de suas características, como por exemplo, excelente isolamento térmico e acústico, elevada resistência a temperaturas e o fogo, além de sua grande durabilidade.
Apesar de não serem conhecidos como excelentes ceramistas, nosso índios se utilizavam das argilas para fabricação de cerâmica rudimentar. Algumas argilas ou solos argilosos no Brasil tem seus nomes derivados de termos indígenas.
Indígena significa "originário, aquele que está ali antes dos outros" e valoriza a diversidade de cada povo. Para se referir ao dia 19 de abril, use Dia dos Povos Indígenas (com iniciais maiúsculas).
Algumas etnias utilizam a tinta à base de sementes de urucum, que dá uma coloração vermelha à pele; outras usam o calcário, que se encontra na terra, para obter a cor branca. No cotidiano, o uso da pintura é mais simples, mas, nas distintas celebrações, ela aparece de forma sofisticada e refinada.
Confeccionavam ainda, variadas formas de panelas, tigelas, jarros, pratos e urnas, destinadas ao consumo de alimentos, bem como a buscar, armazenar e servir água, preparar bebidas fermentadas - tão largamente usadas nos cerimoniais - e sepultar mortos.
Que técnica é usada para decorar cerâmica indígena?
O projeto Tauá - a arte ancestral da cerâmica visa levar ao espectador o conhecimento sobre como confeccionar uma peça de cerâmica através de uma técnica milenar, utilizada por quase a totalidade das comunidades indígenas brasileiras, chamada de "acordelado" ou "técnica de rolinhos".
A arte cerâmica faz parte do sistema de cultura material de diversas populações indígenas do país, entre elas a etnia Baniwa, que vive na região amazônica do Alto Rio Negro, estado do Amazonas, nas proximidades do município de São Gabriel da Cachoeira.
No Brasil, a cerâmica tem seus primeiros registros na Ilha de Marajó (PA), a partir da avançada cultura indígena que floresceu no local. O material ali produzido era altamente elaborado e de uma especialização artesanal que compreendia várias técnicas: raspagem, incisão, excisão e pintura.
Através da cerâmica, os indígenas expressavam sua identidade cultural, transmitiam conhecimentos e valores, e fortaleciam seus laços sociais. Além disso, a técnica de produção da cerâmica era passada de geração em geração, contribuindo para a preservação da cultura indígena ao longo do tempo.
O piso cerâmico é muito resistente e fácil de limpar, podendo assim receber grandes quantidades de água e diversos tipos de produtos de limpeza. Sendo ideal para ambientes úmidos, como banheiros, cozinhas e áreas de festa. Assim, com uma boa instalação pode durar anos e anos sem precisar ser substituído.
Hoje, além de sua utilização como matéria-prima de diversos instrumentos domésticos, da construção civil e como material plástico nas mãos dos artistas, a cerâmica é também utilizada na tecnologia de ponta, mais especificamente na fabricação de componentes de foguetes espaciais, justamente devido a sua durabilidade.
Qual era a importância da cerâmica na pré-história?
Era portanto uma matéria-prima abundante e foi muito utilizada pelos povos da Mesopotâmia como material de construção em arquitectura, como suporte para a escrita cuneiforme (com o barro, eram fabricadas as tabuinhas de escrita) e, claro, para o fabrico de cerâmica portátil.
As primeiras cerâmicas que se têm notícia são da Pré-História: vasos de barro, sem asa, que tinham cor de argila natural ou eram escurecidas por óxidos de ferro. Por outro lado, a cerâmica para a construção e a cerâmica artística com características industriais só ocorreu na Antiguidade, em grandes centros comerciais.
Na arte indígena, grafismos e símbolos de guerra e proteção, por exemplo, podem ser encontrados em diversos tipos de artesanato (cestaria, cerâmica) e em tatuagens. Entre outros, eles expressam conhecimento, sabedoria e o sagrado.