O AFETO COMO PAIXÃOFreud concebe as pulsões como a base do advento do psiquismo, um ab quo do inconsciente, de onde tudo começa para o inconsciente, isto é, a estaca de origem de tudo o que de normal a patológico vai se grafar no corpo e no psiquismo do sujeito.
Outra perspectiva psicanalítica sugere que a paixão e o amor estão relacionados à busca pela integração do self. O amor pode ser visto como um processo de união com o outro, onde o indivíduo busca se fundir emocionalmente e psiquicamente com seu objeto de desejo.
Paixão, portanto, pode ser sinônimo de padecimento, martírio, aflição… Qualquer pessoa que já se apaixonou na vida — e não teve seu amor correspondido — sabe muito bem disso.
Segundo Signorini comenta, neste livro Freud indica que o amor é o estado que o sujeito atinge quando se sente igual à outra pessoa por quem se apaixona. “Ou seja, ao amar o sujeito passa a escolher um ideal que ele nunca conseguirá ter”, explica Signorini.
Apaixonar-se pela primeira vez traz uma explosão de hormônios. Coração acelerado, desejos sexuais, grande atração e euforia, tudo isso é desencadeado quando nos apaixonamos pela primeira vez por alguém , o motivo são os hormônios liberados em nosso corpo, dentre eles: adrenalina, oxitocina e dopamina.
Para Freud (1905/1969), o primeiro encontro amoroso se dá no período da infância, particularmente na relação da mãe-bebê. Nesse sentido, a criança aprende amar as pessoas que a ajudam no seu desamparo. Assim, os cuidados maternos representam para a criança uma fonte de excitação e ao mesmo tempo de satisfação.
As endorfinas, a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina aumentam, enquanto a serotonina diminui. Este equilíbrio de substâncias acontece de forma semelhante no transtorno obsessivo compulsivo e no vício por drogas, como cocaína. Ou seja, a paixão é um estado semelhante ao de um vício em uma droga.
“A paixão, do ponto de vista do cérebro, se assemelha a uma espécie de demência temporária, hipermotivacional, com características de estresse, obsessão e compulsão” explica. A boa notícia é que do ponto de vista científico, ela é sempre passageira e tende a durar no máximo de 12 a 18 meses.
A psiquiatra pesquisa temas como sexualidade e relações humanas e defende que, até onde a ciência tem evidências, o tempo de duração da paixão é de seis meses a no máximo dois anos, em média.
Paixão (do latim tardio passio -onis, derivado de passus, particípio passado de patī «sofrer») é um termo que designa um sentimento muito forte de atração por uma pessoa, objeto ou tema. A paixão é intensa, envolvente, um entusiasmo ou um desejo forte por qualquer coisa.
Esse pico de emoções pode ser explicado pela produção de adrenalina. “O batimento cardíaco aumenta, assim como o calor, e isso é em função da adrenalina, que aumenta o fluxo sanguíneo”, comenta Brandão. Podemos dizer que a paixão é mesmo um turbilhão de hormônios.
Freud, que é provavelmente o maior defensor do inconsciente, diz: “Porque a essência do sentimento consiste em ser experimentado, ou seja, conhecido da consciência. Assim, para os sentimentos, sensações e afetos, desaparece inteiramente a possibilidade de inconsciente” (119, p. 135).
Desta maneira, segundo Descartes, “paixão” é um termo que abarca uma experiência de interação psicofísica do sujeito, ou seja, diz respeito a uma relação da mente com o corpo.
Segundo ele, as paixões dependem de uma estrita relação entre corpo e alma. Nesse sentido, para Descartes, podemos denominar paixão aos sentimentos que são experimentados pela alma sem o seu consentimento, como por exemplo, amor, raiva, dor, etc., mas que são gerados por um movimento do corpo.
"Durante a paixão, notamos um aumento de alguns hormônios e neurotransmissores que estão geralmente relacionados a manifestação de alguns comportamentos mais característicos", aponta. Percebe-se, por exemplo, um aumento da ocitocina, que é um hormônio que favorece o apego, e é estimulado quando nasce uma criança.
A palavra paixão originalmente designava o modo como a alma ou a psique é afetada de fora, ou seja, como ela é passiva diante das impressões que recebe. Ela indicava qualquer emoção profunda, positiva ou negativa.
;Neuroquimicamente, o cérebro reage à ação com a mudança de alguns neurotransmissores. Temos, então, o aumento da dopamina, assim como o crescimento dos níveis de endorfina e de oxitocina, o hormônio do amor, que aumenta a sensação de apego, bem-estar e segurança;, explica o neurocientista e psiquiatra Diogo Lara.
Em entrevista para o GaúchaZH, a médica Cibele Xavier definiu a paixão como “um estado fisiológico em que há uma intensa atividade cerebral e hormonal muito semelhante à do vício por uma droga”.
A pessoa apaixonada pode transitar entre sensações de euforia, aumento de energia, insônia, perda de apetite e até sentir desespero quando a relação passa pelo menor dos percalços.
Na obra freudiana, o amor é, a princípio, situado do lado da pulsão sexual, enraizando-se no narcisismo primário. Ou seja, amor e sexo compartilham, em sua constituição, o prazer parcial ligado, de início, à boca. Amar como sinônimo de devorar seria, então, a primeira configuração do amor.
Em 1920, ele chegou à conclusão de que, no caso dos homens, isso se estabelece no momento do indivíduo eleger seu objeto sexual (a pessoa por quem ele é atraído), quando então prevalece uma fixação infantil na figura da mãe – além de um sentimento de decepção com o pai.
A psicanálise foi fundada por Sigmund Freud. Freud acreditava que as pessoas poderiam ser curadas tornando conscientes seus pensamentos e motivações inconscientes, obtendo assim "insight". O objetivo da terapia psicanalítica é liberar emoções e experiências reprimidas, ou seja, tornar o inconsciente consciente.