A razão instrumental, conceituada por Max Weber na virada do século dezenove para o século vinte, já dava forma a esta concepção: trata-se de um desenvolvimento de base calculista, que privilegia o acúmulo de bens, que valoriza o prático, o controlável, o manipulável e o individual.
A racionalização prática implica a subordinação dos indivíduos à realidade dada. A racionalidade formal concerne às estruturas de dominação (legais, econômicas, científicas e a forma burocrática). Deriva da racionalização instrumental com referência a regras, leis, regulamentos.
Nesse contexto, a razão instrumental pode ser entendida como: “uma técnica para o cálculo das disponibilidades, dos meios, das possibilidades e das probabilidades, tendo em vista a consecução de determinado objetivo que não é racional em si, mas se torna, se o cálculo o estabelecer” (GALIMBERTI, 2006, p. 415).
A ação racional com relação a fins refere-se às ações tomadas com um fim específico em mente, isto é, o autor busca atingir um objetivo e age racionalmente para atingi-lo. Já a ação racional com relação a valores refere-se a ações que são tomadas segundo os valores morais do sujeito que a pratica.
Qual a diferença entre racionalidade instrumental e substantiva?
A racionalidade instrumental é aquela que busca o “sucesso individual desprendido da ética, apenas pautado no cálculo utilitário e no êxito econômico”, diferentemente da substantiva, em que a ética é a prepondera sobre a vida social (SERVA, 1997, p. 19).
Max Weber filósofo? Dos valores culturais à racionalidade instrumental | Com Luís Felipe Roselino
O que é a racionalidade substantiva?
Na racionalidade substantiva, a ação é motivada pela crença em um valor, independentemente dos resultados obtidos; e, na racionalidade teórica, a realidade é mais percebida através de conceitos abstratos do que propriamente por ações.
Razão instrumental é um termo usado por Max Horkheimer no contexto de sua teoria crítica, para designar o estado em que os processos racionais são plenamente operacionalizados (Escola de Frankfurt). À razão instrumental, Horkheimer opõe a razão crítica.
A ação social, para Max Weber, pode ser dividida em quatro ações fundamentais: ação social racional com relação a fins, ação social racional com relação a valores, ação social afetiva e ação social tradicional.
Na classificação das diversas formas de racionalidade, Weber determina quatro principais: a racionalidade formal, a racionalidade substantiva, a racionalidade meio finalística e a racionalidade quanto aos valores.
Levando em consideração os conceitos das ações sociais, é possível dizer que Max Weber defendia que a partir do uso das ações sociais, os indivíduos poderiam modificar a sociedade, a política, as relações sociais e as organizações institucionais e governamentais.
A razão instrumental, conceituada por Max Weber na virada do século dezenove para o século vinte, já dava forma a esta concepção: trata-se de um desenvolvimento de base calculista, que privilegia o acúmulo de bens, que valoriza o prático, o controlável, o manipulável e o individual.
Esse movimento contraditório foi intitulado por Adorno e Horkheimer como primazia da razão instrumental, que se configura para atingir meios e fins que não são subjugados a uma ética de uma racionalidade mais universalista, que leve em consideração o progresso humano como um todo.
Além disso, encarnada nas pessoas, a razão instrumental se converte no modo pelo qual os sujeitos irão efetivamente se socializar na sociedade capitalista, em uma lógica adaptativa em relação à configuração das relações sociais tais como elas se apresentam.
Racionalidade é a qualidade ou estado de ser sensato, com base em fatos ou razões. A racionalidade implica a conformidade de suas crenças com umas próprias razões para crer, ou de suas ações com umas razões para a ação.
A teoria weberiana considera as organizações como sistemas burocráticos, que constituem o ponto de partida para sociólogos e cientistas políticos no estudo das organizações. O trabalho aborda também a sociologia compreensiva da ação social e apresenta as características positivas e negativas da burocracia.
O exemplo mais puro deste modo de dominação é a dominação racional, onde é à regra, à lei ou ao estatuto que é necessário obedecer (Weber, 1992, p. 707). É, então, um sistema de normas racionais que justifica e torna, desse modo, legítima a obediência àquele que dispõe do poder de comandar (Weber, 1992, p. 706).
Esse trabalho consiste em uma abordagem da sociologia de Max Weber enfatizando o tema da racionalidade dos indivíduos na sociedade. Trata-se de uma interpretação plural, na medida em que, a racionalidade é considerada como um fenômeno relativo a contextos histórico-sociais específicos.
A principal diferença entre a razão e outras formas de consciência está na explicação: o pensamento é tanto mais racional quanto mais conscientemente for pensado, de forma que possa ser expresso numa linguagem.
Max Weber reconhecidamente aprofundou a análise histórica e sociológica sobre o Estado e a burocracia modernos, ocupando-se com esses temas, inicialmente, em suas obras do final do século XIX, especialmente naquelas sobre o Estado nacional e a política econômica alemã [1895] e sobre o declínio da cultura antiga [1896], ...
Weber acreditava que o capitalismo originava-se com um ideal, com um espírito, e a partir disso, esse sistema ia sendo construído na prática. Com base nesse ideal, surgiu a noção de administração como ciência capaz de promover o crescimento do capital.
Como conclusão, Weber edificou quatro tipos ideais de ação social, são elas: 1. A ação social com relação a fins; 2. A ação social com base na relação de valores; 3. A ação tradicional e, por fim, 4.
OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA1. A dominação, ou seja, a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato, pode fundar-se em diversos motivos de submissão. ...
Quando o ser humano procura adaptar-se ao meio para satisfazer as suas necessidades, recorre à razão instrumental. Trata-se da estrutura de pensamento que privilegia a utilidade da ação e que considera os objetos como meios para alcançar um determinado fim.
Esta hegemonia da razão instrumental produz conseqüências de largo alcance quanto ao que se deve compreender por emancipação e autonomia como características da modernidade, e quanto à relação entre estas duas noções e a idéia de progresso.