O que então Lacan fala sobre o conceito de pulsão?
Nos últimos textos de Lacan, a pulsão é um conceito que está na fronteira entre o imaginário, o simbólico e o real. Freud trabalha, desde o início, com um modelo dualista da pulsão, e Lacan enfatiza a pulsão, fundamentalmente, como pulsão de morte.
O conceito de pulsão permite-nos, portanto, compreender os fenômenos psíquicos pulsionais como aqueles que representam, no sentido de estar no lugar de outra coisa. Isto é, a pulsão seria a representante dos estímulos corporais no psiquismo.
Para Lacan, a pulsão de morte é oposta à pulsão de vida. Enquanto a pulsão de morte busca a aniquilação e o retorno ao estado inorgânico, a pulsão de vida está relacionada à busca pelo prazer, pela satisfação e pela preservação da vida. Essas duas pulsões estão em constante conflito dentro do psiquismo humano.
Embora Lacan também tenha formulado conceitos como Real, Simbólico e Imaginário, objeto a, gozo, entre outros, ele considera como os quatro conceitos fundamentais da teoria psicanalítica os já propostos e demarcados por Freud: Inconsciente, Repetição, Transferência e Pulsão.
Freud examina a pulsão a partir de quatro componentes: meta (ou finalidade), objeto, fonte e pressão (ou impulso). 1) Se a meta última da pulsão é a obtenção da satisfação pela via da descarga das excitações, Freud observa, por outro lado, que as pulsões podem ser inibidas em sua finalidade (FREUD, 1925/1996, p. 128).
Qual é a relação entre a pulsão em Lacan e as ideias de Freud? | Christian Dunker | Falando nIsso 24
Como se caracteriza a pulsão?
Sendo assim, na condição de força que atua sobre o aparato psíquico, a pulsão é o que lhe dá mobilidade. Possui duas características essenciais: “a sua origem em fontes de estimulação dentro do organismo e seu aparecimento como força constante” (FREUD, 1996b, p. 129).
A fonte ("Quelle") da pulsão é o processo somático que dá origem à pulsão. O alvo ("Ziel", também traduzido como finalidade, fim, objetivo ou meta) é a suspensão da estimulação na fonte, mas também são alvos as etapas intermediárias que possam levar a este alvo último.
Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho. Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque.
Lacan nos fala que o referente é real, ou seja, real por ser impossível de designar e, por essa razão, teria como função causar a linguagem. Importante notar que o referente não está no real, mas é real. Este ponto é essencial.
Lacan não apenas afirma que o inconsciente é como uma língua. Ele também propõe que, antes da língua, não existe o inconsciente para o indivíduo. É apenas quando a criança adquire uma língua é que ela se torna um sujeito humano, isto é, quando ela passa a fazer parte do mundo social.
Schopenhauer vê o desejo como uma manifestação da Vontade, uma força cega e irracional que nos impulsiona a buscar a satisfação de nossos desejos individuais. Já Freud enquadra o desejo como uma expressão da pulsão, uma força psíquica regida pelo princípio do prazer.
As pulsões são a origem da energia psíquica que se acumula no interior do ser humano, gerando uma tensão que exige ser descarregada. O objetivo do indivíduo seria, assim, atingir um baixo nível de tensão interna.
A pulsão de morte era entendida por Freud (1920/1996b) como uma tendência que levaria à eliminação da estimulação do organismo. Assim, o trabalho dessa pulsão teria como objetivo a descarga, a falta do novo, a falta de vida, ou seja, a morte.
A pulsão seria, para Freud, uma exigência de trabalho. Um impulso que tem como objetivo, a conservação e o alívio das tensões. O autor diferencia alguns tipos de pulsão, mas todos eles teriam a missão de apaziguar uma falta originária que é motivo de angústia.
Diz Lacan que o eixo é o desejo do analista; isto reproduz o elemento de alienação – há um ponto em que o desejo do sujeito jamais pode reconhecer-se, e como mostra a experiência analítica, "é de ver funcionar toda uma cadeia no nível do desejo do Outro que o desejo do sujeito se constitui".
A expulsão de Lacan da IPA foi causada por ele não obedecer às normas daquela instituição e ter muitos alunos, analisandos e supervisionados ao mesmo tempo, bem como por conta das “sessões curtas” de cinco minutos que Lacan insistia em manter — algumas sessões de Lacan foram de apenas um minuto.
Para Lacan, o sujeito é constituído a partir de sua inserção no universo humano, o que supõe sua passagem pela porta da linguagem, universo do simbólico. Uma vez que a linguagem é o que há de mais coletivo, o sujeito, efeito do significante é, por sua vez, sempre coletivo.
Considerada como complexa para muitas pessoas, a obra lacaniana é chamada de “retorno a Freud”, já que Lacan brilhantemente retomou as ideias de Freud, atribuindo-lhe novos sentidos e correlações.
Vamos nos aprofundar em alguns dos seus principais pilares. 1. Linguagem e Inconsciente: A revolucionária afirmação de Lacan de que "o inconsciente é estruturado como uma linguagem" rompeu com muitas convenções anteriores da psicanálise.
De acordo com a Fisiologia, instinto é um estímulo que vem do mundo externo para um tecido nervoso, e é descarregado para fora do corpo através de ação motora. Freud faz uma relação entre instinto e estímulo, inclui o conceito de instinto no de estímulo. A “pulsão” seria um estímulo para a psique.
A pulsão sexual infantil, tendo a sua origem no inconsciente, expressa uma busca sem fim, não conhecendo apaziguamento. O pulsional está sempre carente de ligação, sempre ambivalente. O clímax de toda atividade sexual não apaziguaria a pulsão sexual.
A pulsão não pode ser destruída, mas uma vez tendo surgido ela busca a satisfação, mesmo que parcial. Para Freud existem dois representantes psíquicos da pulsão: a idéia e o afeto.