Os escravos africanos, porém, não aceitavam a escravização e a violência direcionadas a eles de maneira passiva. A história da escravização africana no Brasil é marcada pela resistência e luta dos africanos que fugiam, formavam quilombos, revoltavam-se, matavam seus feitores e senhores etc.
Os escravos eram proibidos de praticar sua religião ou qualquer outra manifestação cultural da África. Além disso, eram forçados a seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, e eram obrigados a adotar a língua portuguesa como seu idioma.
Muitos escravos não aceitavam a vida que lhes era imposta e resistiam de diversas formas: suicidavam-se, não cumpriam as ordens que recebiam, assassinavam seus senhores, fugiam, rebelavam-se.
A relação de escravos fugidos com marcas de tortura e castigo percorre todo o período da escravidão e era um mecanismo da classe senhorial para manter o cativo em estado de absoluta sujeição e obediência, sem o que o trabalho escravo não conseguiria se manter por muito tempo”.
Comerciantes, artesãos, mulheres, escravos e estrangeiros não eram considerados cidadãos. Assim, estes grupos não tinham direitos políticos e participação nas decisões da comunidade.
Algumas mentiras sobre escravidão que você acreditou a vida inteira.
Por que a escravidão era permitida?
A razão para a prática do tráfico negreiro foram a já mencionada necessidade contínua da colônia por trabalhadores escravos e os altos lucros que essa atividade rendia para os envolvidos.
Dentre as formas através das quais o escravo obtinha a liberdade destacam-se as alforrias concedidas pelos senhores, as quais podiam ser gratuitas, dadas em vida ou após a morte do senhor como recompensa pelo bom andamento e pelos serviços do cativo ou mediante pagamento, o qual poderia ser dado na íntegra ou parcelado ...
Uma forma prática de evitar fugas e punir delinquentes era o uso de correntes nos pescoços, braços e calcanhares dos escravizados, principalmente nos casos urbanos. São muitos os registros, inclusive de Debret, dessa prática.
O banho diário era raro: apenas índios e escravos tomavam banhos diários em rios. Europeus, principalmente em regiões mais urbanas raramente se banhavam de corpo inteiro. A limpeza era normalmente feita com toalhas e se ocupava apenas de algumas partes do corpo. Sabões eram produtos raros na colônia.
Escravidão. ESCRAVIDÃO, ESCRAVO NEGRO: a chamada "escravidão moderna, ou escravidão negra" começou com o tráfico africano no século XV, por iniciativa dos portugueses (em 1444, estes começam a adquirir escravos negros no Sudão), com a exploração da costa da África e a colonização das Américas.
No período entre 1750-1800, os valores médios dos escravos nascidos na África eram 96$700 réis (calculados sob a quantia de 541 escravos) e das escravas 82$909 (295 pessoas), uma diferença de 14,2%.
A atuação dos jesuítas contra a escravização dos indígenas criou diversos conflitos com colonos interessados nessa atividade. A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609.
A Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888, foi a responsável por abolir a escravidão do país, resultando na libertação de 700 mil escravos. A Lei Áurea é a lei que foi assinada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888, e que foi responsável pela abolição da escravatura no Brasil.
Entre as punições, figuravam falar mal do rei e praticar feitiçaria. Entre as penas, a amputação de membros e a marcação da pele com ferro em brasa. A pena de morte era prevista a torto e a direito.
Dentre os instrumentos de suplicio do acervo do Museu o visitante pode encontrar: gargalheira uma espécie de coleira colocada no pescoço de escravos para chamar a atenção mostrando que ele havia cometido algum erro e Instrumentos de ferro usados para maltratar os escravos, eram colares, correntes, algemas, cadeados, ...
No Rio de Janeiro, como no norte e nordeste, a farinha de mandioca era o alimento que constituía a base da alimentação escrava. Era complementada por milho, feijão, arroz, bananas e laranjas. Na zona rural podiam contar com suas roças.
– Quando chegava ao Brasil, o africano era chamado de “peça” e vendido em leilões públicos, como uma boa mercadoria: lustravam seus dentes, raspavam os seus cabelos, aplicavam óleos para esconder doenças do corpo e fazer a pele brilhar, assim como eram engordados para garantir um bom preço.
Senzala era o nome dado aos alojamentos que encarceravam os escravizados no Brasil durante o período colonial. Não existiu um padrão para essas construções, sendo cada uma delas adaptada à realidade de cada engenho, mas grande parte delas era feita de taipa, isto é, de barro, com telhados de palha.
De acordo com Horácio de Almeida (1978) a higiene dos dentes era feita através da esfregação com o dedo, ao qual se juntava uma pele de fumo ou raspa de juá para fazer espuma.
Os escravos também eram proibidos de praticar jogos de chapas, dados e cartas, pois poderiam causar prejuízos no serviço e atrapalhariam a ordem publica. Aqueles que fossem pegos seriam presos por 5 dias e levariam 50 açoites por dia enquanto estivessem na prisão.
Tronco era um instrumento de tortura e humilhação, com função semelhante à do pelourinho. Em termos gerais, era constituído por uma estrutura de madeira com buracos e quase sempre correntes, onde os membros dos supliciados eram presos.
As principais atividades a que se dedicavam eram as de carregadores, doceiras e pequenos consertos, embora alguns senhores induzissem as escravas à prostituição, o que era proibido por lei.
A forca e o envenenamento também eram formas utilizadas para executar os escravos. Os escravos africanos, porém, não aceitavam a escravização e a violência direcionadas a eles de maneira passiva.
Os libertos mudavam-se para distanciarem-se dos locais em que foram escravizados, ou então iam para outros lugares procurar parentes e estabelecer-se juntos desses ou até mesmo procurar melhores salários, conforme descreve Walter Fraga.