A filosofia existencialista de cunho niilista de Heidegger e Sartre afirma categoricamente que na morte do ser humano, tudo desaparece e não há nenhuma possibilidade de sobrevivência após a morte.
O que acontece com o ser após a morte segundo Sartre?
Para Sartre (1967), a morte torna o homem objeto por não haver mais relação, não existir mais possibilidade de futuro, pois restará somente o passado, que coisifica o defunto, que fica no meio do caminho entre o ser e o valor, torna-se um em-si impedido de haver qualquer possibilidade de se rela- cionar com as coisas ...
Qual o significado da morte para Heidegger e Sartre?
A morte constitui uma limitação da unidade originária do ser-aí, significa que a transcendência humana, o poder-ser, contém uma possibilidade de não-ser. Diz Heidegger: "o 'fim' do ser-no-mundo é a morte.
Contudo destaca-se também, a importante concepção do existencialismo ateu na obra “O existencialismo é um humanismo”, no qual a morte é apresentada como fim, sem as perceptivas de pós-morte do cristianismo. Ainda tratar-se-á do texto “A náusea”, como forma de pensar a morte e sua absurdidade.
Viver é uma escolha: são as escolhas de cada homem que definirão a sua essência. E mais: essas escolhas podem afetar, de forma irreversível, o próprio mundo. A angústia, portanto, vem da própria consciência da liberdade e da responsabilidade em usá-la de forma adequada: “O homem está condenado a ser livre”.
Para o pensamento de Sartre Deus não existe, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define.
Defensor da liberdade irrestrita, Sartre acreditava ser a liberdade o que movia o ser humano. Para ele, o ser humano é, paradoxalmente, condenado à liberdade. Somos seres feitos de escolhas. Por mais que eventos externos afetem as nossas escolhas, nós continuamos escolhendo.
O primeiro modo filosófico de considerar a morte é através da nadificação, ou seja, a morte é pensada como: “... uma porta aberta ao nada de realidade humana, sendo esse nada, além disso, a cessação absoluta de ser ou a existência em uma forma não humana.” (SARTRE.
Qual é o sentido existencial da reflexão sobre a morte?
Morrer é colocar um fim em nossa existência, inclusive em todas as nossas possibilidades de ser. Em nossa vida, vivemos diversas situações que possuem um fim, trata-se do tema da finitude, ou seja, há coisas que acabam, e nossa existência é também uma delas.
49 Logo, a morte não livre deve ser uma consequência lógica da vontade cativa diante do tempo que passa, pois é somente assim que a morte parece ser um acidente que assalta o homem. O tempo em que se morre covardemente é sempre o tempo errado quando o tempo mesmo é encarado como a causa da incompletude.
Sartre (1997) usa o termo angústia para descrever o reconhecimento da total liberdade de escolha que confronta o indivíduo e o desafia a cada momento de sua existência.
Heidegger afirma que a morte é uma possibilidade presente constantemente, e não distante. O filósofo afirma que esta possibilidade (a morte) é a última que o homem realiza; que enquanto ela chega falta ao homem alguma coisa, algo que ainda será. Ou seja, a vida humana só torna-se um todo por intermédio da morte.
A filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre sustenta-se sobre três princípios básicos: O primeiro princípio postula a prioridade da existência sobre a essência. O segundo princípio diz respeito ao primado da subjetividade. E o terceiro, sobre a liberdade constitutiva do projeto humano.
Sartre defende que não importa o que foi feito do indivíduo, e sim o que o indivíduo faz com aquilo que foi feito dele. A resistência é intrínseca à liberdade e ao humano. No entender de Sartre, estamos condenados à liberdade. Nesse sentido, cada ato contribui para definir como nos apresentamos ao mundo.
Sartre critica toda a filosofia desde Platão até Kant, que tentou enquadrar o ser humano num conceito de humanidade, numa essência que precedia a existência e dava à vida humana uma forma.
A morte é uma das certezas da vida futura, razão pela qual temos que aproveitar os momentos da vida e as oportunidades, com responsabilidade (FRANKL, 2016, pag. 121). A estudante Agrias observa, diante do paciente que cuidou, que a morte está sendo encarada como um alívio diante do sofrimento.
Cada pessoa tem sua crença diante deste assunto, mas somente quem morre é que a experiencia, e ninguém pode passar pelo processo de morrer no lugar de um outro alguém. A morte se desvela como perda e, mais do que isso, como aquela perda experimentada pelos que ficam.
A morte portanto é vista como purificação e futuro encontro com os Deuses. Platão assume tal elemento escatológico, ao inserir no Fédon, um Sócrates diante da morte que não a teme por acreditar que ao morrer, sua alma encontrar-se-á com os Deuses no Hades.
Segundo Sócrates, “ninguém sabe o que é a morte, nem se, por- ventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males.
Aristóteles investiga a morte em função do desaparecimento do calor de que os organismos vivos (e aqui, humanos) parecem ser naturalmente providos, no Da Respiração. cessam os propósitos, o derradeiro momento da existência.
Sartre conceitua a liberdade como uma condição intransponível do homem, da qual, ele não pode, definitivamente, esquivar-se, isto é, o ser- humano está condenado a ser livre e é a partir desta condenação à liberdade que o homem se forma. Não existe nada que obrigue o ser humano agir desse ou daquele modo.
Sartre julga que, tendo suprimido Deus pai, é necessário enfrentar as coisas como elas são, e assumir as respectivas responsabilidades. Somos nós que damos sentido à nossa vida, que não tem nenhum, a priori, "pois a liberdade é existência, e a existência em si .