Algumas igrejas entendem o Carnaval como símbolo de pecado e, por isso, acreditam que a festa não deveria ser frequentada, explica o pastor e doutor em ciências da religião Kenner Terra. Ir ao Carnaval configura um ato contrário aos costumes de certos grupos religiosos.
A partir do século II, os doutores da Igreja decidiram condenar tais festejos e considerar como manifestações do Maligno, apontando a participação nestas festas como pecado. O cristianismo combateu tais festas, assimilando no calendário cristão as datas referidas do calendário pagão.
Ou ainda, "o carnaval não é uma festa cristã e Deus não admite coisas que incentivam o pecado". Também temos a clássica frase repetida por muitos evangélicos: "a palavra carnaval já diz tudo, a carne nada vale".
A palavra Carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é “retirar a carne”. Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de controlar os desejos dos fiéis.
Algumas igrejas entendem o Carnaval como símbolo de pecado e, por isso, acreditam que a festa não deveria ser frequentada, explica o pastor e doutor em ciências da religião Kenner Terra.
Apesar de ser uma festa bastante secularizada, o Carnaval, na forma como o conhecemos, surgiu como uma celebração cristã. Todas essas celebrações pagãs, com muitas festas, bebedeiras e outros tipos de prazeres, eram condenadas pela Igreja.
A origem do carnaval remonta ao Antigo Egito, quando festejos pagãos “expulsavam” o inverno e celebravam o início da primavera, com homenagem às divindades na expectativa de boas colheitas. Quando Alexandre, o Grande, conquistou o Egito, os gregos também adotaram o festival.
O que acontece no mundo espiritual durante o carnaval?
Muitas religiões e estudiosos afirmam que nessa época do carnaval, abrem-se portais para que espíritos de todas as partes, principalmente os menos conscientes, virem para nossa realidade para se transformarem ou para “reviverem” as experiências terrenas.
O que significa Quarta-feira de Cinzas para os evangélicos?
A quarta-feira de cinzas significa também o começo da quaresma, período chamado assim porque contém 40 dias de devoção, abstinência, oração, caridade, jejum e penitência. É um tempo de resguardo à espera do sábado de Aleluia e do domingo de Páscoa, que simbolizam o renascimento de Jesus, após sua morte na cruz.
Tradicionalmente, o Carnaval tem como seu principal ponto a ideia de subversão da ordem, na qual as coisas deixam de ser como são, para, temporariamente, assumirem seu inverso. Trata-se de um período no qual as pessoas entregam-se às festas e aos prazeres carnais, para, em seguida, iniciarem a Quaresma.
O Carnaval foi trazido ao Brasil pelos colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII, manifestando-se inicialmente por meio do entrudo, uma brincadeira popular. Com o passar do tempo, o Carnaval foi adquirindo outras formas de se manifestar, como o baile de máscaras.
Enquanto para os católicos o carnaval pode ser visto como uma celebração comum antes da quaresma, os evangélicos veem o carnaval como uma festa de celebração da carne e por isso deve ser evitada.
O carnis levale, conhecido também como carne vale, surgiu como um período para as pessoas extravasarem seus desejos antes de iniciarem a Quaresma. A expressão significa “retirar a carne” e representa o Carnaval exatamente como o momento de preparação para que os prazeres carnais fossem retirados.
Nos anos antes de Cristo, o carnaval era considerado um evento pagão. Com o advento do cristianismo, a festa passou a ser regida pelo calendário lunar. Até hoje o ano litúrgico, o mesmo utilizado pela Igreja católica, é que determina quando deve ser realizado o carnaval.
O carnaval no Brasil tem suas raízes históricas no período colonial, tornando-se uma lucrativa atividade comercial no século XX. O entrudo era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas.
Segundo a Bíblia, não há uma menção direta ao carnaval como conhecemos hoje. No entanto, a Palavra de Deus ensina princípios relacionados à adoração a Deus, à pureza e à santidade, que podem ser aplicados na avaliação do envolvimento com essa festividade.
Muitos centros espíritas não funcionam durante as festividades de Carnaval, uns dizem que é por que as equipes espirituais trabalham em socorros externos e outros por que as energias são tão densas que exigem um recolhimento dos espíritas.
No carnaval os frutos da carne são cultivados e celebrados, tais como: impureza, idolatria do corpo, inimizade, ciúmes, discórdia, inveja e muitas outras carnalidades que trazem a total desagregação dos valores cristãos. Os valores do carnaval fazem oposição aos valores de uma vida com O Espírito do Senhor.
Porque o carnaval é considerado uma festa profana?
O Carnaval que nasce na Europa medieval foi uma forma de a Igreja controlar estas festas tão populares, vistas por ela com maus olhos por representarem uma entrega aos prazeres mundanos e uma inversão dos papéis sociais da ordem estabelecida (senhores que viravam escravos e vice-versa; demônios que se tornavam deuses e ...
“Portanto, o Carnaval seria os dias de exaltação da liberdade antes das restrições do período da Quaresma estipuladas pela religião. Nesse sentido, as festas carnavalescas estão relacionadas ao período que antecede ao jejum e introspecção que deve ser realizado durante a Quaresma.
Para os católicos, essa é uma festa popular de 'costumes pagãos' e, como o Evangelho não é contra demonstrações de alegria, a Igreja Católica cristianizou essas celebrações. Além disso, no dia seguinte é a Quarta-feira de Cinzas, solenidade que marca o início do Tempo Litúrgico da Quaresma.
"No Brasil, o carnaval vai do início do ano até a Sexta-feira Santa. Sempre penso naquela música 'eles dizem que cachaça é água, eu acho que não', é isso que o brasileiro tem de riqueza", respondeu, errando a letra.