O ritmo característico das favelas e periferias fluminenses, ganhou uma conotação pejorativa durante a década de 2000 com o surgimento de letras que faziam apologia ao crime, uso de drogas e objetificação do corpo da mulher com sua vertente intocável nas rádios: os chamados proibidões.
O preconceito linguístico contra as letras de música funk faz parte de um sistema de ideologia em que a sociedade elitista defende o português padrão como mecanismo de exclusão e discriminação, além de classificar o falante como elemento inferior – em geral são negros e pobres.
Muitas das acusações sofridas pelo funk estão presentes em outros gêneros musicais associados a um público bem específico: jovens, negros, pobres, moradores de favelas e periferias. Assim como o pagode baiano e o tecnobrega, o funk é acusado de fazer apologia ao crime, às drogas e ao sexo.
Assim como outras manifestações da cultura negra e periférica do passado — caso do samba e da capoeira —, o funk sofre perseguições. “Atribuo isso ao preconceito de classe e ao racismo, por ser originário de um território marginalizado, como favelas, e ser cantado majoritariamente pela juventude preta”, reflete Gomes.
Para as comunidades, o funk é uma maneira de expor as vivências do cotidiano. Ao mesmo tempo em que o funk é visto como uma forma de manifestação cultural, pode também ser responsável pela inserção dos jovens no meio artístico e no ativismo social.
POR QUE O FUNK É ALVO DE PRECONCEITO | Podcast Fundo de Quintal #002 - com Lucas Bola & MC Chaleks
Qual é o público alvo do funk?
“O funk permite múltiplas opções de negócios com qualquer área comercial ou industrial, já que o público vai de cinco a 50 anos, entre classes sociais diversas”, explica Afonso Marcondes.
Por que o funk é acusado de ser uma falsa cultura?
Ela classifica o funk de “falsa cultura”, acusando os bailes de serem um recrutamento organizado para atender “criminosos, estupradores e pedófilos”, entre outros crimes.
Aspectos negativos: Alguns acham vulgar, na dança ou no palavreado. Muitas vezes faz apologia a drogas, estupros, e várias violências. as músicas tem graves muito altos.
Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido.
Para 50% dos entrevistados, o funk deve ficar de fora. Em contrapartida, o sertanejo está no topo da lista de favoritos para 19%, seguido pelo rock, que conquistou a preferência de 16%. E se você pensa que existe hora e lugar para escutar música, está enganado!
“O funk é tudo isso, mistura musical, poesia que expressa a realidade das pessoas e é também festa, é música feita pra dançar, é corpo, é uma forma de lidar com o corpo e com a sexualidade”, conta. “É uma expressão artística de vanguarda, inovadora, transgressora, que desafia regras, códigos e limites”.
“O funk não recebe incentivo nenhum do nosso Estado e nossas prefeituras porque não há interesse em mantê-lo. Não interessa às estruturas de poder que pessoas marginalizadas tenham um discurso”, diz a dançarina.
Nesse contexto, o funk, como produto cultural, determina o modo de ser jovem, reforça valores, envolve-o nas representações identitárias, ligadas a um desejo simultâneo de autoafirmação, de liberdade, de inclusão e de resistência.
Qual a importância de o funk retratar as injustiças sociais?
Conforme apontado por Bastos (2007), por ser um gênero musical originado nas periferias, o funk é considerado uma manifestação cultural que permite às classes populares espaço para que manifestem suas insatisfações com as desigualdades sociais.
No dia 24 de outubro de 1999, os bailes funk do Rio de Janeiro chegaram a ser proibidos após três adolescentes serem mortos em um confronto entre galeras.
O ritmo característico das favelas e periferias fluminenses, ganhou uma conotação pejorativa durante a década de 2000 com o surgimento de letras que faziam apologia ao crime, uso de drogas e objetificação do corpo da mulher com sua vertente intocável nas rádios: os chamados proibidões.
O funk é um ritmo que possui alta rejeição por uma parcela da sociedade brasileira – e às vezes, o funk passa até por uma certa “criminalização”, mas isso não significa que ele deixa de ser considerado uma produção cultural. Afinal, cultura é todo o tipo de conhecimento, tradições e leis produzidas por um grupo social.
O Funk é um estilo muito em alta atualmente, ele abrange várias temáticas, porém geralmente transmitem sentimentos de descontração, por isso é tão popular. O Pagode, apesar de ser igualmente descontraído, ele tende a retratar os assuntos amorosos, seja de decepção ou de alegria.
O funk dialoga muito com a juventude, porque ela se sente representada pelas letras e é de sensibilidade da população entender que o movimento funk é o maior movimento político, cultural, que conversa com essa parte da população que é desassistida pelo Estado.
O Funk assim como outros ritmos, a música é capaz de estimular o Hipotálamo - o qual é uma região do cérebro que permite induzir (hiperestimular) ou inibir (hipoestimular) hormônios, entre outras palavras é um controlador de hormônios hipofisários, ou seja, controla a liberação de hormônios providos das hipófises ...
Conhecido pelas frases de efeito e por ser polígamo, Wagner Domingues Costa, seu nome de batismo, deixa três esposas, 32 filhos e quatro netos. Confira algumas curiosidades sobre a vida e carreira do rei do funk.
Fernando Luís Mattos da Matta, conhecido como DJ Marlboro, foi o principal responsável por fazer o gênero se tornar o que é hoje. Ele quem introduziu a bateria eletrônica no gênero musical, recurso esse que perdura até os dias atuais. No final da década de 1980, o DJ lança seu primeiro disco, intitulado “Funk Brasil”.
Resumo. O funk é hoje considerado uma das maiores manifestações culturais de massa do Brasil e está diretamente relacionado aos estilos de vida e experiências da juventude oriunda de favelas, portanto ele reflete a vida cotidiana em morros e comunidades do Rio de Janeiro.
O preconceito musical existe e está relacionado aos gostos e preferências de cada pessoa. Na prática, o preconceito musical existe nem todas as pessoas têm os mesmos interesses pelas letras e sons musicais. Como exemplo de gênero que sofre preconceito musical, podemos citar: funk.