O senso comum sugere que os animais ingerem plástico porque ele está presente nos oceanos e os animais não conseguem distingui-lo dos alimentos de verdade (para alguns animais, como as anchovas, o plástico pode ter cheiro de comida).
Como isso acontece? A resposta está relacionada a odores que esses resíduos que poluem cada vez mais os oceanos liberam. Do plâncton minúsculo a baleias enormes, tem crescido o registro da ingestão de plástico por animais marinhos de várias espécies.
Ao contrário dos materiais orgânicos, os plásticos concentram-se nos oceanos e podem levar 500 anos para se decomporem. Afetam diretamente a fauna marinha, pois são confundidos com alimentos e ingeridos pelos animais, causando sua morte e contaminando cadeias alimentares, com sérios impactos na saúde dos seres humanos.
Zettler observa que isso acontece porque todo plástico no oceano é rapidamente colonizado por uma fina camada de micróbios, normalmente chamada de "plastisfério". Essa viscosa camada de vida libera substâncias químicas que fazem o plástico ter cheiro e gosto de alimento para os animais marinhos.
A ingestão de plástico e outros resíduos está relacionada aos hábitos alimentares das tartarugas marinhas. As espécies que não perseguem suas presas, como a tartaruga-verde, estão mais sujeitas ao problema.
Qual a provável origem dos materiais ingeridos pelos animais dos oceanos?
Resposta: Descargas de produtos (por vezes tóxicos) no oceano por parte de indústrias. Derrame ou fuga de produtos (por exemplo petróleo) durante o transporte de carga nos navios.
Esses mamíferos podem ser encontrados em ambientes marinhos e também vivendo em água doce. São carnívoros e podem alimentar-se de peixes, moluscos e crustáceos.
No ambiente marinho, cerca de 80% dos lixos encontrados são plásticos, como garrafas PET, embalagens, armadilhas e petrechos de pesca, entre outros. No processo de decomposição, esses materiais podem até ser fragmentados, mas não biodegradados (processo que demora centenas a milhares de anos nos oceanos).
Camarões são comummente conhecidos como 'baratas do mar' pelo seu tipo de alimentação omnívora, ou seja, que se alimenta do lixo do mar", alega-se em publicação nas redes sociais.
Os números foram estabelecidos a partir de diversas necropsias realizadas em espécies marinhas, incluindo 197 mamíferos, dos quais duas espécies estão listadas como em extinção, 573 aves, das quais duas estão listadas e 2.955 tartarugas marinhas, das quais cinco foram listadas.
Estima-se que há acumulado nas águas de 86 a 150 milhões de toneladas desses resíduos. “A poluição por plásticos aumenta os riscos à saúde humana devido à sua ingestão pelos animais marinhos e à liberação de substâncias químicas que se acumulam nas cadeias alimentares”, explica a especialista.
Uma vez em seus organismos, esses resíduos afetam a capacidade de absorção de nutrientes, o que com o tempo, debilita os animais e dificulta a sua sobrevivência. A ingestão de lixo também pode acarretar no sufocamento, obstrução do trato digestório, intoxicação e/ou contaminação de espécies marinhas.
A pesca incidental das tartarugas e a poluição dos oceanos são dois dos principais problemas enfrentados, entre muitos, não só por estes, mas por todos os animais marinhos, por conta das ações humanas. Além disso, as tartarugas ainda têm que enfrentar muitos predadores e doenças naturais até atingirem a idade adulta.
Um relatório publicado em 2021 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostra que o plástico é a maior, mais prejudicial e mais persistente parte dos resíduos humanos que acabam no mar, representando 85% do total.
Acredita-se que a Chironex fleckeri, também conhecida como box jellyfish ou vespa-do-mar, seja a criatura mais venenosa do mundo, observa o ADW. Sua picada é extremamente mortal para os seres humanos.
Os cetáceos não bebem água do mar, absorvem a quantidade de água doce necessária com a digestão de suas presas. Outra fonte de água para golfinhos é a água metabólica, obtida do metabolismo das moléculas do alimento, quando átomos de hidrogênio se combinam com átomos de oxigênio para produzir H2O.
Cerca de 80% do lixo despejado nas águas resulta de atividades realizadas em terra, vindo de indústrias ou da falta de saneamento básico, entre outros. O restante é proveniente da economia marítima, como a pesca e o transporte. Anualmente, cerca de 13 milhões de toneladas de lixo são despejadas no mar.
As águas residuais, o vento, a chuva e as inundações também levam o plástico terrestre até os oceanos, especialmente aqueles de um só uso — sacolas, canudinhos, cotonetes de algodão ou embalagens — que, ao serem mais leves, voam para a costa ou entram na rede fluvial até chegarem ao mar.
Algumas fontes citam que cerca de 80% do lixo que entra no mar é proveniente dos rios. O Lixo Marinho, e em particular a acumulação de lixo de plástico, tem vindo a ser identificado como um dos maiores problemas globais dos nossos tempos.