A principal razão que leva o governo Tarcísio a querer privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM é a saúde financeira das empresas públicas, que vem piorando nos últimos anos.
Querem privatizar o metrô para atender a sanha de lucros dos empresários, que receberão uma espécie de incentivo do governo para manter o metrô funcionando. O primeiro aporte será de R$2,8 bilhões e na sequência serão injetados mais grana dos cofres públicos.
SE PRIVATIZAR, A QUALIDADE E A SEGURANÇA DO SERVIÇO VAI PIORAR. As linhas privatizadas registram o TRIPLO de falhas. Quem é usuário das linhas 8 e 9 da Via Mobilidade sabe disso. E quem não é, pode acompanhar pelas notícias.
A privatização refere-se ao processo oriundo das políticas de governos atreladas às empresas privadas e agentes do mercado em que empresas públicas e estatais são vendidas e/ou concedidas para os capitais privados, seja na forma de concessão pública ou mesmo de parcerias público-privadas e venda definitiva.
O governo do Estado está privatizando as linhas em blocos. Em 2021, as linhas 8-diamante e 9-esmeralda foram assumidas pela ViaMobilidade. A linha 7-rubi é a que está com o processo mais adiantado.
TARCÍSIO pensa em privatizar TODAS as linhas do METRÔ de SP
O que é a privatização das linhas de metrô?
Estratégia para privatizações
Tarcísio tem adotado como modelo de concessão do transporte público a privatização de uma linha já em operação juntamente com a concessão de um novo ramal. Assim, a empresa privada leva uma linha já em operação para administrar e fazer caixa enquanto toca uma nova obra.
O Metrô de São Paulo reportou, no período, prejuízo de R$ 1,167 bilhão, ante R$ 759 milhões em 2021, aumento de 53,8% em relação ao período comparativo. A receita operacional líquida foi de R$ 2,164 bilhões no acumulado de 2022, aumento de 40,1%, comparado a 2021 que alcançou R$ 1,545 bilhão.
Privatizar uma empresa pode gerar receita para o governo, melhorar a gestão da empresa, reduzir a interferência do Estado na economia e estimular a concorrência. No entanto, também pode resultar na perda de controle do Estado em setores estratégicos e riscos de demissões.
Cidades onde a iniciativa privada cuida da maior parte do sistema são raras. Dois exemplos são o metrô de Buenos Aires, na Argentina, e o do Rio de Janeiro.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô foi constituída no dia 24 de abril de 1968. É controlada pelo Governo do Estado de São Paulo sob gestão da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM).
As linhas a serem privatizadas são as que mais levam passageiros na cidade. A 3-vermelha transportou mais de 300 milhões em 2022, seguida da 1-azul (295,9 milhões) e da 2-verde (167 milhões). A 15-prata, um monotrilho na zona leste, é marcada por problemas constantes de operação.
A gestão estatal relata que, com a privatização, seria possível promover uma redução tarifária e as metas de universalização dos serviços de saneamento seriam alcançadas com uma antecipação de quatro anos, de 2033 para 2029.
A gestão estadual pretende privatizar parte das linhas que irão receber investimentos. O valor será utilizado para trocar 80 mil dormentes - peças de madeira que compõem os trilhos - e quase 200 quilômetros de trilhos.
Em 2022, no governo João Doria (PSDB), a empresa assumiu as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. O atual governador já sinalizou que pretende conceder à iniciativa privada todas as linhas do Metrô e as linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM. As linhas 7-Rubi, 14-Ônix e 17-Ouro também estão na mira.
A concessão da Linha 7-Rubi da CPTM, que liga Jundiaí, no interior do estado de São Paulo, à estação Brás, no centro da capital, deverá ser encurtada após ser passada para as mãos dos novos donos, o que está previsto para acontecer em 28 de junho.
O que pode acontecer com a privatização da Sabesp?
O governo optou por não vender completamente a Sabesp, mas transmitir sua gestão a uma acionista de referência, que terá 15% das ações, e pulverizar outros 17,3% das ações no mercado. Com isso, o estado reduz sua participação de 50,3% para 18%.
Camila Lisboa: As privatizações das linhas de Metrô e de trem tendem a ter um impacto muito negativo para a população que utiliza o serviço. Já existem experiências de linhas privatizadas tanto em São Paulo como em outras cidades do país que provam isso.
Os defensores das privatizações citam aumentos na produtividade e eficiência das empresas privadas em comparação com o setor público para justificar a adoção do modelo. Segundo essa linha, as empresas privatizadas geralmente são mais econômicas e não custam mais dinheiro para o governo.
Numa tacada só, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), privatizou a construção do Trem Intercidades Eixo Norte (TIC), ligando São Paulo a Campinas, e a Linha 7-Rubi da CPTM.
Qual foi o presidente que mais privatizou no Brasil?
O governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) executou as maiores privatizações da história do Brasil. Durante este período, cerca de 78,6 bilhões de reais foram aos cofres públicos provenientes de privatizações. A venda de empresas estatais foi uma resposta do governo para impedir o agravamento da dívida pública.
Privatização ou desestatização é o processo de venda de uma empresa ou instituição pública para a iniciativa privada. A partir do momento em que o poder público se desfaz de determinada companhia, quem a compra assume a responsabilidade pela prestação de seus serviços.
Ao todo, em 2022, o valor arrecadado chegou a R$ 7 bilhões. Grupo CCR (das empresas ViaMobilidade e ViaQuatro), com R$ 10 milhões por dia; Metrô e CPTM (empresas públicas), com o restante do valor. Antes das últimas concessões à ViaMobilidade, em 2018, o Metrô e a CPTM receberam R$ 1,8 bilhão.
Qual é o salário de um operador de Metrô em São Paulo?
Salário mensal de Operador De Transporte Metroviário da empresa São Paulo Metrô A faixa salarial estimada do cargo de Operador De Transporte Metroviário na empresa São Paulo Metrô é de R$ 2 mil a R$ 7 mil por mês. Ela inclui o salário base e a remuneração variável.
No ano de 2022, enquanto a ViaQuatro recebeu, em média, R$ 4,46 por passageiro, o Metrô recebeu R$ 0,37 e a CPTM R$ 0,38. Vejam bem, o Metrô recebeu o equivalente a R$ 0,37 centavos por cada passageiro que transportou, em média.