Em relação à tradição da filosofia moral, os alvos principais da crítica nietzschiana são a moral kantiana e a moral da compaixão, na formulação de Schopenhauer. Ele não realizou estudos sistemáticos sobre a filosofia moral de Kant (da Fundamentação da metafísica dos costumes e da Crítica da razão prática).
Nietzsche afirmava que o cristianismo, imperioso a partir da Idade Média, impôs uma inversão de valores morais que culminaria no enfraquecimento do ser humano por ser a negação dos impulsos morais que falam mais alto em qualquer animal.
Ele critica uma sociedade edificada sob o ideário cristão que está amparado em uma moral que, por séculos, foi usada como mecanismo de domínio e manutenção de poder. Nietzsche entende o Cristianismo enquanto negação da vida e/ou Religião da decadência.
Nietzsche frequentemente se referia à moralidade ocidental como uma "moralidade de rebanho" ou "moralidade escrava". Ele argumentava que essa moralidade era uma criação das classes mais fracas e oprimidas, que projetavam seus próprios valores de submissão e obediência a um Deus e uma moralidade transcendental.
Segundo Nietzsche, não existe uma moral, mas muitas morais. Porém, existem dois tipos básicos: a moral dos senhores e a moral de escravos. Esses dois tipos de moral estão estreitamente ligados à vontade de poder. Na moral dos senhores, a oposição “bom” e “ruim” tem o mesmo significado que “nobre” e “desprezível”.
Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.
Nietzsche argumentou que haviam dois tipos fundamentais de moralidade: moral do senhor (moralidade mestre ou moral nobre) e moral de escravos (moral de rebanho). A moralidade do senhor valoriza o orgulho, força e nobreza, enquanto a moral dos escravos valoriza coisas como a bondade, humildade e simpatia.
Segundo Nietzsche, o espírito que se tornou livre teve de amargar em si muita negatividade, já que não se libertou sem ter ultrapassado muito de seus mais arraigados preconceitos. Jesus, porém, não valora negativamente homem e mundo.
Nietzsche vai ao cerne do problema: Deus está morto como uma verdade eterna, como um ser que controla e conduz o mundo, como um pai bondoso que justifica os acontecimentos, como sentido último da existência, enfim, como uma ética, como um modo de vida, independente de sua existência ou não.
Sua filosofia parte da crítica que faz aos valores tradicionais e a exagerada exaltação que a modernidade dirige à razão. Em “Assim Falou Zaratustra”, Nietzsche afirma que não é na alma que se encontra a razão, pois, esta é na verdade, uma pequena razão.
O problema da religião cristã, para Nietzsche, consiste em se apostar numa outra vida situada em outro mundo, desvalorizando, assim, esta vida e o mundo presente.
Um prega o amor à morte, o outro o amor à vida. Nietzsche escreveu, entre outras obras de grande alcance cultural, "A Genealogia da Moral", "Humano, demasiado humano", "Mais além do Bem e do Mal", "O Anticristo", "O Caminhante e sua Sombra".
Qual foi a principal critica de Nietzsche a filosofia moderna?
A filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900) se apresenta como crítica da educação, ao destacar a superficialidade do modelo de formação do homem moderno, que abdicou da cultura em nome do ideal de racionalidade técnica e demoliu o humano em favor do modelo de homem dócil, obediente e destituído de personalidade.
Em linhas gerais, a crítica de Nietzsche se dirige àquela concepção que compreende o sujeito como uma unidade autônoma, capaz de conhecer a si mesmo e o mundo ao seu redor e de tomar decisões e agir livremente nesse mundo.
Nietzsche se interessa por tipos humanos que não se submetem a valores morais de bem e mal, porque toda moral é relativa ao seu ambiente grupal, a quem domina, a quem é dominado, isto é, toda moral não é nem um pouco isenta de avaliações, de perspectivas e, claro, de interesses.
A proposta nietzschiana de um ideal ascético, um asceticismo diferente do propagado pelos padres, é aquele que coloca o homem no centro. A finalidade desse ideal está nas ações humanas que se baseiam tão somente nas suas relações, não mais com a 'vontade divina'. Essa proposta de Nietzsche é radical.
Para Nietzsche, a religião não deve ser mais vista como parte constitutiva do existir humano; ela é como um abismo a ser ultrapassado para que o homem consiga viver a vida como de fato deve ser vivida.
Nietzsche usou a frase para expressar sua ideia de que o Iluminismo havia eliminado a possibilidade da existência de Deus. No entanto, os proponentes da forma mais forte da teologia da Morte de Deus usaram a frase em um sentido literal, significando que o Deus cristão, que existiu em um ponto, deixou de existir.
Sua filosofia, intencionalmente polêmica, sacudiu a sociedade europeia e balançou mais uma vez o edifício do conhecimento. Para tal, Nietzsche afirma em seu “Crepúsculo dos Ídolos” que entende por ídolos tudo o que até então era considerado verdade no pensamento moderno.
No mais profundo de si mesmo, o nosso ser rebela-se em absoluto contra todos os limites. Os limites físicos são-nos tão insuportáveis quanto os limites do que nos é psiquicamente possível: não fazem verdadeiramente parte de nós.
Nietzsche ensina que perspectiva e conhecimento estão diretamente relacionados. A experimentação permitiu novos conhecimentos, mais vivos, mais audazes, mais genuínos. O conhecimento deixou de ser a conquista do desconhecido pelo conhecido e passou a ser o flerte do homem potente para o abismo.
Nietzsche conjectura que nós, humanos, percebemos que a existência de Deus é indefensável e indesejável. Portanto, Nitetzsche afirma, e não prova, a indefensabilidade da crença em Deus, mesmo ao explicar sua indesejabilidade.
Os historiadores e exegetas do filósofo entendem que esta fase de sua vida tornou-se penosa por uma conjunção de fatores adversos. Provavelmente numa aventura em um bordel, Nietzsche havia contraído sífilis, doença venérea então incurável e cujo estado final conduz à demência.
Nietzsche descreve que o cristianismo tem como objetivo consolar o homem, mas, para que isso seja realizado, faz-se necessário que o homem seja primeiramente atormentado, mantendo-o, dessa forma, enfermo. Nietzsche refere-se ao cristão como um pregador da morte em prol de outra morte.
Nietzsche sintetizou a crise moderna dos grandes valores, quer de extração religiosa ou filosófica, pela expressão "morte de Deus", cuja principal sintomatologia está na intensificação do niilismo nas almas modernas (VP, §2, p. 86).