O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou em fevereiro um recorde de desmatamento na Amazônia Legal desde o início da série histórica –em 2015. Em duas semanas do mês, já foram desmatados quase 209 km² de floresta.
O recorde na série histórica da Amazônia havia sido entre agosto de 2019 e julho de 2020, quando 9.216 km² de alertas foram computados. ENTENDA: Por que o desmate cai na Amazônia e sobe no Cerrado?
Pelo monitoramento feito via satélite, 2022, que atingiu seu maior patamar desde 2008, quando o Imazon começou a monitorar a Região Amazônica. Nos últimos 4 anos, a perda florestal na Amazônia foi de 35.193 km², segundo o Imazon.
Na série histórica do INPE, o número de incêndios de 2024 na Amazônia, nos primeiros seis meses, só foi superado em 2003 e 2004. No entanto, ao contrário dos altos índices de desmatamento de 2003-2004, em 2024 o aumento das queimadas ocorre após dois anos consecutivos de queda no desmatamento.
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa.
Brasil bate novo recorde de desmatamento na Amazônia
Quantas árvores foram derrubadas em 2024?
O calendário do desmatamento 2024, que abrange o intervalo de agosto de 2023 a julho 2024, registrou 3.490 km² de florestas derrubadas, representando uma diminuição de 46% em comparação ao período anterior, que vai de agosto de 2022 a julho de 2023.
O fenômeno é possível devido ao avanço de uma frente fria e à presença de fuligem dos incêndios florestais, afetando principalmente o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com possível expansão para o sul do Mato Grosso do Sul e o Sudeste.
O estado do Amazonas já contabilizou 19.478 focos de incêndio desde o início de 2024, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo o Inpe, de 1º de janeiro até 23 de setembro deste ano, o Amazonas contabiliza o total 21.612 focos de calor - o pior ano desde 1998. Até então, o pior índice de queimadas no Amazonas tinha sido registrado em 2022, quando o estado contabilizou 21.217 focos de calor. Já em 2023, foram quase 20 mil.
Embora responda 30% das florestas do mundo, o Brasil foi responsável por 43% do desmatamento global no ano passado, permanecendo na liderança do ranking das nações que mais perdem florestas no mundo.
Mas como a maior parte da Amazônia ainda está preservada — o bioma ocupa quase 60% do território nacional — há uma falsa sensação de que o país ainda está bem protegido, segundo o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e demais Biomas, do instituto, Claudio Almeida.
Nos últimos 20 anos, o índice do Prodes atingiu sua marca mais alta em 2004, quando 27,7 mil km² foram desmatados (veja gráfico abaixo). Porém, depois disso, quando levado em consideração o período seguinte, houve uma queda constante nesses números.
Na análise por estados, o Pará lidera o ranking do desmatamento, com 22,2% da área de todo o país (456.702 hectares). Na sequência, vem o Amazonas, com 13,33% (274.184 hectares); Mato Grosso, com 11,62% da área desmatada (239.144 hectares); Bahia, com 10,94% (225.151 hectares); e Maranhão, com 8,2% (168.446 hectares).
Em que ano foi registrada a maior área desmatada na Amazônia?
Até então, a maior área desmatada na Amazônia Legal era de de 198,67 km², taxa registrada em 2022. O recorde observado em fevereiro se dá depois de uma redução de 61% nas taxas de desmatamento em janeiro, quando comparado com 2022.
As queimadas que atingem a Amazônia, Cerrado e Pantanal e enchem o céu do país de fumaça são causadas pela ação humana, para renovação de pasto ou para o avanço do desmatamento. A impunidade e o dinheiro que segue fluindo para os setores que desmatam contribuem para que este problema continue.
Qual o estado do Brasil que mais sofre com as queimadas?
Dois estados que mais queimaram em agosto ficam na Amazônia: Mato Grosso e Pará; em seguida, vem Mato Grosso do Sul. Os municípios de São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Porto Murtinho (MS) foram os que apresentaram as maiores áreas queimadas.
Com mais de 82 mil focos de incêndio de 1º de janeiro a 9 setembro deste ano, a Amazônia já alcançou o dobro de queimadas no mesmo período de 2023 e o recorde da série histórica desde 2007, quando registrou 85 mil pontos de fogo.
Artigo científico liderado por pesquisadores brasileiros aponta que se não forem tomadas medidas urgentes, o ano de 2050 pode marcar o início de uma redução substancial na cobertura de floresta na região amazônica. “A gente encontra aí mais ou menos 50% de possibilidades.
Quantos por cento aumentou o desmatamento no Brasil em 2024?
Aumento de 100% nas Queimadas: Situação Preocupante na Amazônia. A quantidade de queimadas no Brasil aumentou em 100% em relação ao ano anterior, com 159.411 focos registrados até setembro de 2024.
O que está causando as queimadas no Brasil em 2024?
Os incêndios que estamos acompanhando em 2024 são, em parte, devidos a eventos naturais e, em parte, por ação dos seres humanos. A questão se as mudanças climáticas têm a ver com o que está acontecendo não é uma pergunta com resposta simples.
O fenômeno da "chuva preta", causado pela mistura de fuligem das queimadas com a chuva, tem preocupado várias regiões do Brasil. Cidades como Canoinhas e Três Barras, em Santa Catarina, já registraram o evento, e há possibilidade de que outras áreas, como São Paulo e Paraná, também sejam afetadas.
Queimadas sempre ocorreram no País ao longo de pelo menos os últimos 30 anos, e elas eram fruto do desmatamento para abertura de novas áreas agrícolas e para pecuária no Cerrado e na Amazônia. Mas 2024 será lembrado como o ano em que esta questão superou os limites.