Por essa época, a Igreja tratava imundície como um sinal de sacrifício e dizia que banhos eram lascivos, sensuais, e um hábito de judeus e islâmicos. Monges, dependendo da ordem, tomavam banho duas vezes por ano.
Até o século 14, os europeus eram relativamente limpinhos. Em que pese a opinião negativa da Igreja, que achava banho uma coisa pecaminosa, quase todas as cidades grandes tinham banhos públicos e no verão existia o hábito de se lavar várias vezes por mês, ou até todos os dias.
Quantas vezes as pessoas tomavam banho antigamente?
Segundo documentos de mais de 3000 anos, o ato de tomar banho era sagrado e parecia ser uma forma de purificar o espírito do indivíduo. Não por acaso, eles tomavam cerca de três banhos em um só dia.
Devido à falta de banhos regulares, a nobreza e a alta classe social recorriam ao uso excessivo de perfumes e aromas fortes para mascarar os odores corporais. A higiene oral era praticamente inexistente. As pessoas limpavam os dentes com panos. O resultado eram problemas dentários graves e mau hálito generalizado.
É verdade que na Idade Média as pessoas não tomavam banho?
A História mostra que o banho na Idade Média era praticamente nulo. Além da precariedade dos sistemas de higiene, o novo comportamento religioso apresentava a prática como um ato desonroso e impuro. Para Vigarello, a água do banho é insinuante e perturbadora, porque supõe o toque com o corpo.
Muitos tomam até dois banhos por dia no inverno rigoroso, com temperaturas negativas. Entretanto, é verdade que parte ainda não é tão adepta ao banho diário.
O banheiro era comunitário e não necessariamente havia diferenciação de gênero. Todos se sentavam lado a lado em uma latrina coletiva. Ali as pessoas faziam suas necessidades enquanto interagiam, debatiam assuntos diversos e, até mesmo, realizavam banquetes.
A imundície era generalizada, porque lixo e dejetos eram despejados na rua. Havia latrinas públicas em algumas cidades, mas elas eram evitadas pelas condições repulsivas. Os moradores tinham penicos _ que despejavam pela janela, não raro sobre a cabeça de alguém.
Agora, quando o inverno acabava e o acesso às casas de banho ficava mais fácil, a galera fazia a festa mesmo. Só havia um outro pequeno problema nisso aí: os medievais tomavam banhos peladões: mulheres e homens nos mesmos lugares. Aí, imagine: eles ficavam limpos, mas saíam “imundos”.
Embora seja difícil comparar pesquisas, segundo o Kantar World Panel de 2018, em países como Alemanha, China e Estados Unidos se toma banho de cinco a seis vezes por semana e a frequência pode diminuir durante o inverno.
O banho foi proibido na Europa nos séculos 15 e início do 16, porque como a peste era invisível, os médicos não sabiam como é que ela penetrava no corpo. Então, recomendavam que se desenvolvesse uma grossa camada protetora de cascão, de forma que não fosse atingido pelos mesmos.
Muitas leis da Idade Média buscavam restringir o consumo excessivo de comida e bebida — das pessoas mais pobres, é claro. Por isso, em 1336, uma lei foi promulgada para proibir que as pessoas recebessem mais do que dois pratos de comida durante uma refeição.
Os índios brasileiros eram muito limpos. Costumavam entrar no rio para se banhar mais de dez vezes por dia. Tanto que os portugueses, quando chegaram aqui a partir de 1500, se assustaram.
A população medieval tinha por hábito esfregar os dentes e as gengivas com panos de linho ásperos. Pastas caseiras como a feita da junção de sal com sálvia moída eram comuns. Além de limpar os dentes, essas pastas colocadas nos panos contribuíam para o branqueamento dental e para um hálito fresco.
Na Idade Média não existiam escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito menos papel higiênico, as pessoas não tomavam banho e nem lavavam as roupas! As pessoas antes da Idade Média eram muito mais higiênicas. Os romanos e gregos banhavam-se diariamente, cortavam o cabelo e faziam a barba com freqüência.
Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou.
Algo semelhante era feito no Egito, com pedaços de papiro. Muito tempo depois, na Idade Média, eram usadas toalhas higiênicas feitas de retalhos. Essa alternativa foi adaptada e evoluída pelas mulheres ao longo dos anos.
Antes, mas muito antes de surgir o papel higiênico, as pessoas usaram uma grande variedade de materiais naturais para a higiene anal: lascas de madeira, conchas, peles de animais, feno, folhas, areia e, óbvio, a água de rios e lagos.
Ao longo do eixo principal, para norte, ficava a piscina ou natatio e, para o sul, o tepidarium ou banhos mornos e o caldarium ou sala de banhos quentes, de forma circular e rodeada por diversas salas de vapor de tamanho mais pequeno, geralmente frequentadas por filósofos e poetas.
Ranking global aponta brasileiros como líderes em frequência de hábitos de banho. Segundo a organização World Population Review, o Brasil conta com uma média de dois banhos por dia, o que totaliza em 14 banhos por semana, número muito superior ao resto do mundo.
Segundo uma pesquisa feita em dez países, o brasileiro é o grande campeão mundial do banho. Em média o brasileiro toma 20 banhos por semana, um recorde mundial. Em seguida, neste ranking estão os britânicos com 5,6 banhos por semana e os chineses com 4,9.
Japão. No Japão, a média é de seis banhos por semana, com um uso maior da banheira para a atividade. Uma curiosidade é que os japoneses usam muito as fontes de águas termais para se banhar, por acreditarem em seus benefícios para a saúde, principalmente para a pele e a circulação.