Enquanto alguns concordaram com ele, outros agiram em defesa de Malfatti e publicaram artigos a favor da arte moderna e da pintora. Oswald de Andrade e Mário de Andrade, alguns destes defensores, futuramente também se consolidariam como grandes figuras do movimento modernista no Brasil.
E após um século, o atrito entre Monteiro Lobato e Anita Malfatti, dois dos principais artistas da época, ainda é lembrado por quem estuda o tema. Autor de "Sítio do Picapau Amarelo", o escritor era famoso por fazer duras críticas em artigos publicados pela imprensa paulista.
Quem é porque criticam os trabalhos de Anita Malfatti?
A crítica de Lobato à Malfatti
O escritor brasileiro, famoso por muitas obras, entre elas o Sítio do Picapau Amarelo, visitou a exposição de Anita e não compreendeu o estilo artístico dela, comparando seus quadros aos desenhos “que ornam as paredes internas dos manicômios” e ainda a uma "arte anormal".
Na carta do mês seguinte enviada a Mário de Andrade, Sérgio Milliet criticou mais uma vez os caminhos de Anita Malfatti, enquanto passava a notícia dos outros brasileiros: Di e senhora, na miséria, levando uma vida de cachorros - Rego Monteiro, dançarino.
Por fim chegamos as palavras direcionadas a Anita Malfatti. Interessante observar que ele chega a ser até elogioso com ela. Por exemplo ao dizer que “Essa artista possui talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida para a má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes”.
Por que Monteiro Lobato cancelou Anita Malfatti 1917?
“A principal crítica do texto 'Paranoia ou mistificação' se refere ao abandono da preocupação da artista em representar a realidade de forma tradicional”, afirma. “Essa atitude soava para Monteiro Lobato como uma tentativa de imitar artistas que despontavam na Europa à época”.
Anita Catarina Malfatti nasceu na cidade de São Paulo em 2 de dezembro de 1889. Era filha de imigrantes – um engenheiro italiano e uma pintora estadunidense. Ela tinha uma deficiência física: o braço e a mão direita nasceram atrofiados, isto é, não completamente desenvolvidos.
Como menciona Cardoso (2022), o próprio Mário de Andrade, que foi uma importante figura da Semana, criticou esse movimento em 1942 na conferência “O movimento modernista” , dizendo que os artistas da Semana não captaram de fato o que acontecia no Brasil e fez pouco para mudá-lo na sua estrutura.
Anita Malfatti foi uma artista do modernismo brasileiro, estilo de época inaugurado na Semana de Arte Moderna de 1922. Esse movimento realizou uma quebra com a arte tradicional, isto é, a arte acadêmica, com o intuito de criar uma arte independente e nacional.
Anita Malfatti nasceu em 02 de dezembro de 1889, na cidade de São Paulo. Seu pai era um engenheiro italiano e sua mãe, uma pintora estado-unidense. O convívio com a mãe contribuiu para o seu interesse pela arte. No entanto, a menina tinha uma atrofia no braço direito.
O ato de educar é algo que Anita aprendeu com sua mãe, que também ensinava pintura como forma de sustento e ensinou o básico para a artista quando ela era criança. Além de dar aulas, fazia exposições e participou de grupos importantes da Família Artística Paulista e Sindicato de Artistas Brasileiros.
Di queria construir uma identidade nacional através da ruptura com o formalismo da academia, que seguia padrões europeus. Como tinha passado muito tempo na Europa, Di não ignorava o que estava acontecendo fora do Brasil, mas defendia um diálogo mais livre e adaptado à realidade brasileira.
O Homem amarelo representa um imigrante italiano pobre que posou para a artista na época em que ela estudava no exterior, a artista comenta que o modelo sustentava 'um olhar desesperado' naquele dia.
A ideia de se retratar a “boba”, envolvia uma aposta no retratismo um tipo de reciprocidade que a sociabilidade europeia não engendraria nesse gênero, algo capaz de trazer para o campo da pintura uma teatralidade complexa e contigua a elementos ditos congeniais das vanguardas, no Brasil.
Palavra de origem latina, ars, artis, significa técnica, habilidade natural ou adquirida, maneira de ser ou de agir. Segundo o dicionário Houaiss, arte é a "produção consciente de obras, formas ou objetos, voltada para a concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana".
Em 1917, em crítica a uma exposição de Anita Malfatti, ele chegou a publicar que as obras modernistas eram frutos de “cérebros transtornados por psicoses”. Grandes editores de jornais, que ditavam a opinião na época, também escreviam artigos ridicularizando as formas das obras.
Como Anita Malfatti trouxe o modernismo para o Brasil?
Ela estudou pintura na Alemanha, onde teve a oportunidade de se familiarizar com as tendências artísticas europeias e as vanguardas do início do século XX. Ao retornar ao Brasil, em 1914, Malfatti trouxe consigo uma nova visão artística, que viria a desafiar os padrões acadêmicos e tradicionais do país.
Considerada como uma grande artista, a pintora já era reconhecida pela influência no Modernismo brasileiro. Dessa maneira, vendeu bastante e despertou interesse. No mesmo ano, Anita começou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie, onde se formou pela primeira vez, e lá ficou até 1933.
Por que a obra de Anita Malfatti não se encaixava na posição defendida?
Resposta. Resposta: Porque, para Monteiro Lobato, um artista com visão tradicional da arte, a arte de Mafatti era expressionista e "agredia" o mundo da arte.
Por que Monteiro Lobato era contra a Arte Moderna?
Lobato não deixa de ver qualidades "latentes" nas obras de Malfatti, mas lamenta suas "tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias" de pintores modernos. Além disso, o autor da crítica ataca também os elogiosos insinceros, aumentando seu número de desafetos.