Era uma reunião de grupos catequizados jesuítico-guaranis situados no nordeste do atual Estado do Rio Grande do Sul, em território brasileiro, às margens do rio Uruguai.
Território situado no atual estado do Rio Grande do Sul, a leste do rio Uruguai, foi constituído por sete povoações indígenas (São Nicolau, São Luís, São Lorenzo, São Borja, Santo Ângelo, São João Batista e São Miguel) controladas por jesuítas espanhóis.
O declínio dessas reduções se deu pelas divergências das políticas entre Portugal e Espanha, principalmente após o Tratado de Madri, de 1750, em que as reduções do Sul do Brasil ficaram com os portugueses em troca da Colônia do Sacramento para os espanhóis.
A Guerra Guaranítica: o levante indígena que desafiou Portugal e Espanha. São Paulo: Terceiro Nome, 2014. GOLIN, Tau. A Guerra Guaranítica: como os exércitos de Portugal e Espanha destruíram os Sete Povos dos Jesuítas e índios Guaranis no Rio Grande do Sul (1750-1761).
OS SETE POVOS DAS MISSÕES ORIENTAIS - EDUARDO BUENO
O que aconteceu com os índios das missões?
O processo de decadência ocorreu em função dos tratados que entre si vinham estabelecendo entre Portugal e Espanha: em 1750 o Tratado de Madri troca a Colônia de Sacramento (hoje Uruguai), pelo território dos Sete Povos das Missões, sendo os índios obrigados a abandonar suas terras.
Porque ocorreu a Guerra dos Sete Povos das Missões?
A causa principal da guerra foi o Tratado de Madri, que determinava a transferência dos índios e jesuítas do lado brasileiro do Rio Uruguai para o espanhol. Os colonizadores derrotaram os índios, mas tiveram que estabelecer outros acordos para determinar as fronteiras entre os dois dominadores da América do Sul.
As missões acabaram após a expulsão dos jesuítas em 1759 pelo Marquês de Pombal, por conta da sua influência e domínio da educação, além da sua autonomia própria, desvinculada do Estado de Portugal.
O marquês de Pombal ordenou a expulsão dos jesuítas em 1759, e isso foi uma tentativa da Coroa de centralizar a administração colonial e neutralizar a ação de ordens religiosas que atuavam na colônia de maneira autônoma e sem o controle da metrópole.
Dos antigos Sete Povos das Missões localizados no Rio Grande do Sul, destacam-se as ruínas de São Miguel, um dos aldeamentos, chamados de redução, fundados por padres jesuítas, entre o final do século XVII e meados do século XVIII, para abrigar e catequizar os índios guaranis.
Qual a importância dos Sete Povos das Missões para a história?
Os Sete Povos das Missões tiveram uma grande importância na história do Rio Grande do Sul, como por exemplo, deram origem a cidades prosperas, ajudou na delimitação das fronteiras e teve uma grande contribuição cultural e para o nosso atual folclore gaúcho.
Conhecido como a “Capital das Missões”, por ser o município mais populoso da região, o nome Santo Ângelo tem origem na Missão Jesuítica de Santo Ângelo Custódio, ou como consta em alguns documentos espanhóis da época, Sant”Angel da La Guardia e Sant”Angel Custódio.
Eles viviam do cultivo da terra, se valendo de técnicas agrícolas ensinadas pelos religiosos. Com o tempo, muitas missões prosperaram e acabaram virando uma ameaça à centralização de poder pretendida pela Coroa.
Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial.
Durante os séculos XVII e XVIII, por mais ou menos 150 anos, desenvolveu-se, na Região Platina, a experiência missionária das Reduções Jesuítico-Guarani em áreas de colonização espanhola, que hoje pertencem ao Brasil à Argentina e ao Paraguai.
Durante o tempo em que a ordem foi suprimida, sucederam-se a Revolução Francesa, as guerras napoleônicas e o início das guerras de independência da América Latina. A ressaca desses acontecimentos acabaria por facilitar o retorno da Companhia, em 1814, com a aprovação de Pio 7°.
Movido por um Iluminismo anticlerical raivoso, em 1759 Pombal promoveu a expulsão desses missionários de todos os territórios portugueses. Motivo: conspiração contra a Coroa. Seguindo esse exemplo, Carlos III da Espanha também expulsou os jesuítas de todas as terras espanholas em 1767.
Nos aldeamentos jesuíticos os índios eram educados para viver como cristãos. Essa educação significava uma imposição forçada de outra cultura, a cristã. Os jesuítas valiam-se de aspectos da cultura nativa, especialmente a língua, para se fazerem compreender e se aproximarem mais dos indígens.
Logo depois veio o fim: com a intensa campanha difamatória que os Jesuítas sofreram a partir de meados do século XVIII, a Companhia de Jesus foi expulsa de terras portuguesas em 1759, e em 1767 a Espanha fez o mesmo. No ano seguinte todas as reduções foram esvaziadas, com a retirada final dos Jesuítas.
Os índios se recusaram a fazer a mudança. E foram mortos empunhando seus arcos e fechas contra o exército fortemente armado português. Era o fim da utopia missioneira. Dos povoados que faziam parte da rota missioneira brasileira, aquele que ficava onde hoje está a cidade de São Miguel das Missões é o mais conservado.
A falta de escravos negros fazia com que muitos colonos quisessem apresar e escravizar as populações indígenas. Os jesuítas se opunham a tal prática, muitas vezes apoiando os índios contra os colonos. Vendo os prejuízos trazidos com essa situação, Pombal expulsou os jesuítas e instituiu o fim da escravidão indígena.
No dia 7 de fevereiro de 1756 Sepé morreu peleando no Arroio Caiboaté. Numa escaramuça, seu cavalo rodou e ele foi ferido pela lança de um soldado e antes que se levantasse foi morto com um tiro de pistola pelo governador de Montevidéu que chefiava a tropa.
As missões eram organizadas e contavam com construções sólidas para a igreja, a casa dos padres, armazéns oficinas, hospital e salas de aula. A produção (erva-mate, tabaco, couros, sapatos) era exportada e rendia bons lucros à Companhia de Jesus.