O principal foco da reflexão filosófica sobre a mentira é se ela é sempre condenável, do ponto de vista ético. Quem mente sempre faz algo errado ou haveria, talvez, situações em que a mentira poderia ser tolerada ou, mais que isso, situações em que ela poderia ser preferível em detrimento da verdade?
Mentir é um processo psicológico pelo qual um indivíduo deliberadamente tenta convencer outra pessoa a aceitar aquilo que o próprio indivíduo sabe que é falso, em benefício próprio ou de outros, para maximizar um ganho ou evitar uma perda (Abe, 2009. (2009).
A mentira pode assumir diferentes formas e graus de gravidade, desde pequenas distorções da verdade até falsidades completas; pode ser algo esporádico e eventual ou se tornar um hábito permanente. Em qualquer dos casos, deve ser considerada uma forma de desonestidade intelectual.
A mentira é tão condenável para Deus que é um dos pecados capitais: “Não levantarás falsos testemunhos contra o seu próximo”. No novo Testamento, em João 8:44, Jesus diz que “o diabo é o pai da mentira”. “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai.
As CONSEQUÊNCIAS de uma MENTIRA | Mente em Evolução | Clóvis de Barros Filho | EP.95
O que a mentira representa?
Mentira é uma afirmação falsa transmitida com a intenção de enganar o destinatário. Segundo Paul Ekman, uma mentira é contada quando "uma pessoa tem a intenção de enganar a outra, ou fazendo deliberadamente, sem notificação prévia de seu propósito e sem ter sido explicitamente solicitada a fazê-lo pelo alvo".
Segundo a especialista, a mentira é fruto das conexões neuronais responsáveis pela imaginação e criatividade. “A habilidade do cérebro de mentir também tem utilidade quando falamos de memórias, pois preenchemos todas as lacunas dos nossos fragmentos de memórias com itens de outras memórias ou mesmo fatos imaginados.
Etimologicamente, a palavra mentira vem do latim mentire que remete à palavra mens, que significa 'mente', inteligência, intenção. Indica um ato de alguém que tem 'mente', inteligência e intenção e modifica as informações para obter algum proveito ou se livrar de alguma situação incômoda.
Segundo o filósofo a mentira está diretamente relacionada com o proveito e prejuízo. Pois: Mentir para sua própria vantagem é impostura, mentir para a vantagem de outrem é fraude, mentir para prejudicar é calunia; é a pior espécie de mentia.
Se o que acreditamos que seja mentira pode em algumas hipóteses ser verdade, ou então que a mentira, em determinadas situações, pode trazer melhores consequências para o homem do que a verdade, então pode ser possível encontramos uma ética na mentira.
Mentir pode causar muitos problemas. Uma mentira pode destruir a reputação de uma pessoa inocente, separar bons amigos ou levar pessoas a tomar decisões desastrosas. O mentiroso pode perder a confiança das pessoas e ainda vir a ser castigado. Quem mente, deve pedir perdão e passar a falar a verdade.
Segundo estudos recentes, a mentira é um comportamento aprendido na infância e repetido com o intuito de escapar de uma punição ou de obter alguma recompensa. Já na vida adulta, tem como principal função tornar as interações sociais mais fáceis e evitar constantes discórdias.
Portanto, o primeiro mentiroso foi Satanás, o Diabo. Quando começou ele a mentir? De acordo com a Bíblia, foi pouco depois do início da história da raça humana. O evento está registrado em Gênesis, e a mentira constituía uma questão de vida ou morte para a humanidade.
Desviar o olhar, falar com muitas justificativas, mexer mãos e pés de forma frenética, mudar o tom de voz, entre outros sintomas, são indicativos de um mentiroso.
O que é mitomania? A mitomania é um transtorno psicológico que faz com que o portador seja um mentiroso compulsivo. A condição também é conhecida como pseudologia fantástica ou mentira patológica.
Uma das principais é a necessidade de atenção ou de reconhecimento por parte dos outros, por vezes com o desejo implícito de tirar partido. “Sabe-se que as principais causas da mentira patológica são decorrentes de traços da personalidade, problemas nas relações familiares e experiências stressantes ou traumáticas”.
Para não ser pego pelas suas mentiras, o mitômano pode tentar se isolar dos amigos, dos familiares e das pessoas com quem convive. Dessa forma, ele consegue manipular mentalmente a própria realidade, acreditando que vive em outro ambiente. O principal tratamento para a mitomania é realizado com psicoterapia.
Mentiras pequenas vão tornando-se cada vez maiores. Ainda mais quando está relacionado com comportamentos desonestos em prol do benefício próprio. As mentiras recorrentes diminuem as atividades da amígdala cerebelosa, região cerebral ligada as emoções. Assim, a sensibilidade vai reduzindo progressivamente.
Qual é o maior estrago que uma mentira pode causar?
O pior estrago que uma mentira pode provocar é quando ela é descoberta! Não importa o tamanho da mentira e nem os motivos que levaram a pessoa a mentir, a pessoa mentirosa passa a ser vista com desconfiança e perde a credibilidade.
Aquino diz que mentir é sempre errado, mas apenas as mentiras para fazer mal são as consideradas pecados mortais. Aquelas mentiras criadas para divertir e para ajudar os outros são perdoáveis. À época destes filósofos a produção de informação não tinha a mesma velocidade que se tem hoje.