O romancista, contista, dramaturgo, poeta e cronista, que faleceu em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro, foi o principal representante do realismo brasileiro. Assim, em romances como Memórias póstumas de Brás Cubas, ele trabalhou com a temática do adultério e fez críticas à elite burguesa do século XIX.
Seu impacto não é à toa. Machado foi fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, além de ter escrito alguns dos maiores clássicos da literatura brasileira. E não se limitou aos romances: escreveu também poesia, contos, crônicas, peças de teatro, críticas literárias e ainda atuou como jornalista.
Machado de Assis também foi o responsável por implantar no Brasil o Realismo na literatura por meio da observação da sociedade carioca da época em que baseava suas obras.
Machado de Assis passou sua infância e adolescência no bairro do Livramento. Seus pais viviam na chácara do falecido senador Bento Barroso Pereira, e sua mãe era a protegida da dona da casa, D. Maria José Pereira. Machado fez seus primeiros estudos na escola pública do bairro de São Cristóvão.
Qual a curiosidade mais marcante de Machado de Assis?
A caligrafia indecifrável
Ficou imediatamente comprovado que a caligrafia do escritor era indecifrável, como é possível constatar no poema “O Almada”. A sua escrita era de tal modo ilegível, que o próprio poeta brasileiro tinha dificuldades em entendê-la.
Machado de Assis tornou-se o contista mais excepcional da língua portuguesa e um dos poucos romancistas brasileiros de interesse universal. As suas mais representativas obras foram traduzidas para diversas línguas, nesse grupo incluem-se Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
Machado de Assis foi o principal representante do realismo brasileiro. Ele é mais conhecido pelos livros de sua segunda fase, caracterizada, principalmente, pela crítica à idealização romântica.
Uma curiosidade: Machado de Assis foi apelidado pelos vizinhos de “Bruxo do Cosme Velho”, pois teria queimado cartas em um caldeirão em sua casa que ficava na Rua Cosme Velho.
De origem humilde, escreveu uma obra sofisticada, na qual transparece grande conhecimento acerca da literatura clássica e de alguns dos mais importantes escritores de sua época. Tanto em sua biografia quanto em sua obra, Machado de Assis parece desafiar os clichês e as frases feitas.
Qual foi a importância de Machado de Assis no Realismo?
Machado de Assis inicia o realismo no Brasil com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Na sua produção, Machado de Assis retratava a burguesia por meio de uma visão crítica, desnudada. Entretanto, não costumava trazer à tona os mais pobres nas suas obras. O Autor utilizava-se de uma ironia fina.
Machado não era pessoalmente um indivíduo religioso, embora não fosse um materialista. é certo que conhecia a doutrina e a Escritura cristã, quando jovem fora educado pelo Padre Silveira Saramento, de quem permaneceu amigo até a vida adulta.
Em 2011, a Caixa Econômica Federal envolveu-se em uma polêmica ao divulgar um comercial exaltando o fato — verdadeiro — de que Machado de Assis mantinha uma caderneta de poupança no banco. O vídeo foi ao ar com uma gafe: o ator que representava o escritor era branco.
Machado de Assis era considerado pela elite carioca como um homem branco, pois na época seria uma ofensa chamá-lo de mulato. Um trecho de carta escrita por Joaquim Nabuco a José Veríssimo, após a morte de Machado de Assis, revela o preconceito mascarado: “ Mulato, ele foi de fato, um grego da melhor época.
Quais os principais temas abordados por Machado de Assis?
Os livros de Machado de Assis foram escritos há mais de cem anos; mas ainda hoje são considerados muito atuais, pois tratam de temas universais, como o preconceito, a loucura, a vida, a morte, o casamento, a família, as diferenças sociais… É comum os estudiosos dividirem a obra de Machado de Assis em duas fases.
Ele foi um divisor de águas na história da nossa Literatura, servindo de inspiração para as gerações de autores que o sucederam. Descrevia as características da sociedade brasileira e, em suas páginas, deixou um fiel retrato historiográfico da formação do Brasil.
Comparado ao de Pascal, o mundo de Machado de Assis é um mundo sem começo, um mundo sem Paraíso. De onde uma insensibilidade incurável a todas as explicações que baseiem no pecado e na queda a ordem em que foram postas as coisas no mundo. Seu amoralismo tem raízes nessa insensibilidade fundamental.
O amor não é mais que um instrumento de escolha; amar é eleger a criatura que há de ser companheira na vida, não é afiançar a perpétua felicidade de duas pessoas, porque essa pode esvair-se ou corromper-se.
Do Romance ao Realismo, suas obras aliam as críticas, à questões de seu tempo, à ficção de uma forma magistral, plena de ironia e sagacidade. Forte, também, era presença do cotidiano do Rio de Janeiro em suas obras. As ruas, igrejas, praias, desenhavam ao leitor as peculiaridades da Cidade.
Machado de Assis testemunhou a Abolição da Escravatura e a transição política do Brasil, com a proclamação da República em substituição ao Império, além de diversos eventos significativos no final do século XIX e início do século XX, sendo um notável comentador e relator dos acontecimentos político-sociais de sua época ...
Em 1874, publicou em folhetins o romance “A mão e a luva” e, em 1881, publica uma de suas maiores obras-primas, “Memórias póstumas de Brás Cubas”. Ao longo de sua vida, Machado de Assis aventurou-se por inumeráveis gêneros literários: escreveu críticas, contos, romances, poesias, peças teatrais.