O que seria a estrutura inconsciente de Lévi-Strauss?
Para Lévi-Strauss, o inconsciente corresponde a um funcionamento impessoal que remete às leis ocultas que regem os sistemas sociais ; já para Lacan, é da ordem de um saber exterior ao sujeito, mas capaz de dizer sobre ele, revelando aquilo que é nuclear à sua constituição.
O estruturalismo considera a existência de estruturas superficiais (as que detectamos diretamente por observação) e estruturas profundas (as estruturas lógicas, que subjazem sob o aparente e o imediato) (Lévi-Strauss, 1958, p. 28).
Strauss baseou-se na tese de que há uma estrutura sociológica que permeia as formações sociais. Para que a antropologia lograsse êxito, ela precisaria compreender essa estrutura, que poderia ser entendida com o aprofundamento em culturas diferentes por meio do trabalho de campo.
Para Lévi-Strauss, a estrutura é uma ferramenta fundamental para compreender a diversidade cultural e os sistemas de pensamento presentes nas sociedades humanas. Lévi-Strauss argumentou que a estrutura é um padrão subjacente que organiza e dá significado às práticas sociais, crenças e mitos de uma determinada cultura.
O que significa o inconsciente estruturado como linguagem?
A estrutura do inconsciente é a mesma da linguagem, isso significa sobretudo que os traços inscritos na cadeia se articulam entre si segundo duas classes de operações, e apenas elas: sintagmáticas e paradigmáticas.
O inconsciente é a maior parte que constitui o aparelho psíquico, nele estão contidas as nossas lembranças e memórias que não estão ao alcance da consciência. Os processos mentais que surgem do inconsciente emergem sem a nossa percepção consciente da realidade.
Onde Lacan diz que o inconsciente é estruturado como linguagem?
Para Lacan, o inconsciente é “estruturado em função do simbólico” (LACAN, 1986, p. 22). Posto ainda de outro modo, “o inconsciente é, em seu fundo, estruturado, tramado, encadeado, tecido de linguagem” (LACAN, 1981, p.
Em um de seus posfácios ao livro Antropologia estrutural, Lévi-Strauss postula que, para o etnólogo, toda sociedade engloba um conjunto de estruturas que correspondem a diferentes tipos de ordem social, como parentesco, organização social e estratificação econômica 13.
O autor se vale do seguinte argumento: os objetos são utilizados de maneira diversificada pelas diferentes civilizações. Para Lévi-Strauss, o progresso é um jogo e a história humana é o resultado das apostas dos vários jogadores (que são as diversas culturas). Esse jogo somente ocorre se houver a diversificação.
Qual o princípio da antropologia estrutural de Lévi-Strauss?
Diferentemente da antropologia cultural de Boaz, a antropologia estrutural de Lévi-Strauss está interessada em saber como os elementos desses sistemas convergem, e não nos seus valores intrínsecos (religião, política, etnia) que fazem parte da formação cultural de um ser humano dentro da sociedade a qual está inserido.
Desse modo, o inconsciente passa a caracterizar não só o pensamento simbólico, mas a própria definição da humanidade (LÉVI-STRAUSS, 2012). Situado entre natureza e cultura tal qual o homem e, portanto, paradoxalmente plural e universal, o inconsciente levistraussiano permite a apreensão de uma realidade integrada.
A comissão liderada por Strauss tentou inicialmente esconder os efeitos desta contaminação e ele próprio várias vezes minimizou a situação. Ele também se opôs a qualquer tentativa de parar os testes nucleares ou de proibir pesquisas com energia nuclear de forma a evitar a sua proliferação.
A visão estruturalista de Levi Strauss traz importantes contribuições para a antropologia ao fundamentar que todas as sociedades são complexas e possuem seu próprio sistema de códigos que deve ser estudado.
Em linhas gerais, o estruturalismo é uma corrente de pensamento que busca identificar as estruturas que sustentam todas as coisas. De acordo com a teoria, os fenômenos da vida podem ser identificados através de suas inter-relações. Ou seja, através da análise de partes, avalia-se um todo.
Claude Lévi-Strauss cunhou o conceito de pensamento selvagem (não o pensamento dos selvagens, como somos frequentemente lembrados), um tipo de pensamento “indomado”, mantido vivo no mundo ocidental moderno dentro das “reservas naturais” da arte, como ele diria.
Foi Lévi-Strauss quem mostrou que as sociedades podiam andar por caminhos diferentes. Por isso, diz a antropóloga Dorothea Passeti, o encontro com os índios foi decisivo. "Provoca nele uma defesa que ele vai levar até o resto da vida dele pela diversidade cultural, pela necessidade da existência de povos diferentes.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Saudades do Brasil, São Paulo, Companhia das Letras, 1994. LÉVI-STRAUSS, Claude. Saudades de São Paulo, São Paulo, Companhia das Letras, 1996.
Seus estudos sobre as comunidades não-civilizadas, baseados no campo da linguagem e da linguística, possibilitaram novas perspectivas também para a psicologia, ajudando a entender como a mente humana trabalha.
Em suma, o ser humano só se torna como tal na passagem coletiva da natureza para a cultura. Assim, para cada indivíduo, esse é também processo da sua própria socialização. Lévi-Strauss repudia a antiga e monstruosa oposição de Alfred Vierkandt, que separa os chamados “povos da natureza” dos chamados “povos da cultura”.
Segundo o conceito estruturalista, a cultura é composta por sistemas estruturais. Para Levi-Strauss, seu maior representante, o pensamento humano age de acordo com princípios universais e com regras inconscientes que estruturam as culturas.
O termo inconsciente se referia a algo que estava fora da consciência e não a um sistema psíquico autônomo e com leis próprias, sendo empregado de forma puramente adjetiva para designar aquilo que não era consciente.
Permitia-se encerrar uma sessão em três minutos, sob a justificativa de que é o tempo lógico para o inconsciente se pronunciar. Em 1964, Lacan fundou a Escola Freudiana de Paris, que seria dissolvida em 1980, um ano antes da sua morte, em 9 de setembro de 1981.
O sujeito aparece na obra de Lacan dando o estatuto ao falasser (Lacan, 1975), isto é, ao “individuo empírico que se submete à experiência e a instância que se deduz da mesma experiência, instância suposta ao saber inconsciente, ao inconsciente como saber” (Askofaré, 2009, p. 166).