Como a parceria se transformou numa amarga disputa a respeito do significado da libido. [RESUMO] Parceiros no desbravamento do inconsciente, Freud e Jung romperam o relacionamento em uma amarga disputa a respeito do significado da libido.
Qual foi o principal ponto de ruptura entre Freud e Jung?
A noção de sexualidade, na teoria freudiana, escapa à noção restrita de genitalidade e a posição de Jung permanecia divergente daquela de Freud no essencial sobre a libido: para ele a libido não poderia ser apenas a energia da pulsão sexual.
Enquanto Freud enfatizava os impulsos instintivos (pulsões) e as experiências do início da vida como determinantes do comportamento humano, Jung alterou esse paradigma ao introduzir a noção de inconsciente coletivo e arquétipos.
Um dos principais pontos de divergência entre as teorias de Freud e Jung é a natureza do inconsciente. Para Freud, o inconsciente é constituído principalmente por desejos sexuais e agressivos reprimidos, que são fontes de conflito e ansiedade na vida do indivíduo.
Mas o psiquiatra suíço queria levar adiante uma linha própria de pensamento, o que foi reforçado com o lançamento do livro Símbolos de Transformação (1912), decisivo para o rompimento da amizade entre os dois. O fim da relação com Freud foi um incentivo para que Carl Jung moldasse o seu próprio sistema de psicoterapia.
A DIFERENÇA ENTRE FREUD E CARL JUNG | CATARINA GEWEHR
Qual a principal diferença entre Freud e Jung?
A finalidade do sonho
Além disso, vale ressaltar também a diferença que ambos estabeleciam acerca dos processos mentais. Enquanto Jung acreditava nesses como dinâmicos e relativos, Freud enxergava-os como fatores estáticos.
Carl Gustav Jung revolucionou o mundo e a história da humanidade ao fundar a Psicologia Analítica. Ele foi responsável por desenvolver conceitos fundamentais para a compreensão da psique humana, como: inconsciente coletivo, arquétipos, complexos e individuação.
Por volta de 1912, a distância entre os dois aumentou. O momento em que ambos decidiram contemplar a religião, ao mesmo tempo, bastou para destruir a parceria. Freud terminou produzindo “Totem e Tabu” (1913), que apontava o complexo de Édipo como origem da religião —e, de fato, da própria cultura.
Diferente de Freud, que via o inconsciente como um depósito de elementos rejeitados pela consciência somente, Jung acreditava que o inconsciente humano tinha capacidades ainda pouco conhecidas, podendo ir além daquilo que lhe era atribuído normalmente.
Precedido por uma animada correspondência, Jung conheceu Freud pela primeira vez em Viena em 3 de março de 1907. Jung relembrou a discussão entre ele e Freud como interminável, incessante por treze horas.
A proposta de intervenções clínicas de Jung consistia justamente em explorar o diálogo entre os conteúdos inconscientes e os arquétipos, e seria justamente a distância entre esses elementos a origem do adoecimento psíquico. No Brasil, a teoria junguiana teve bastante ressonância.
Para Jung, o que definia a personalidade introvertida e extrovertida eram atitudes em relação aos fenômenos subjetivos, frutos da imaginação e do próprio pensamento, e aos objetos externos a si mesmo, o que acontece à nossa volta.
» Lacan – Reformulou as bases da teoria freudiana, com a interação da filosofia e psicanálise. » Jung – Não se prende ao passado, nem trabalha com as transferências em relação ao outro.
Jung postulou a existência de arquétipos, padrões universais de pensamento e comportamento que se manifestam em mitos, contos de fadas e símbolos culturais. Esses arquétipos, como o herói, a mãe e o malandro, permearam nossa psique, moldando nossa percepção do mundo e influenciando nossas escolhas.
Jung estudou medicina em Basileia, na Suíça, onde foi influenciado pelo filósofo e psicólogo Wilhelm Dilthey. Em 1900, ele começou a trabalhar no Burghölzli, um hospital psiquiátrico em Zurique, onde conheceu Freud.
A Psicologia Analítica ou Junguiana, baseia-se nas ideias do Dr. Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço. Jung observava o inconsciente como um complemento que se comunica com a consciência, e não apenas como um simples depósito de experiências reprimidas.
Qual a diferença entre terapia freudiana e junguiana?
Uma das mais marcantes diferenças com a psicanálise Freudiana, é que a análise Junguiana centra-se mais no sentido (futuro) do sintoma, do que na sua constituição (passado), apostando em que ao nos tornarmos conscientes deste sentido, podemos reelaborar nossa sintomatologia.
Jung lembra que "a crença de que Deus é o Summum Bonum é impossível para uma consciência reflexiva" (Jung, 1952/1989, p. 419), pelo fato de essa imagem não dar conta das contradições internas - não só da experiência psíquica como também da própria experiência religiosa.
Como é sabido, Jung era suíço e filho de pais protestantes, o que não ocorria com Freud, que era judeu, e seu meio social e intelectual era formado por uma maioria de descendência judaica. Tanto que no início a Psicanálise fora chamada, por grande parte da sociedade, de “Ciência Judaica”.
Jung classifica a sensação e a intuição, juntas, como as formas de apreender informações, ao contrário das formas de tomar decisões. A sensação refere-se a um enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos, o que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar.
O fundador da psicologia analítica elaborou uma teoria da personalidade de forma bastante sistemática, entendendo que a personalidade total seria formada por elementos ou sistemas diversos, como: ego, inconsciente pessoal, inconsciente coletivo, complexos, arquétipos, anima, animus, sombra e self.
Jung acreditava que os arquétipos são herdados de nossos ancestrais e representam padrões de comportamento que foram desenvolvidos ao longo do tempo através da evolução humana. Eles são universais e aparecem em mitos, religiões, sonhos e histórias ao redor do mundo.
Jung, fundador da Psicologia Analítica, é suíço. Na Suíça existem 4 idiomas oficiais, são eles: o alemão (sendo a língua mais falada), francês, italiano e língua romanche. Esses idiomas variam de acordo com a região do país. Na região em que Jung nasceu se fala Alemão e suas obras originais foram escritas nessa língua.
A seguir estão algumas frases de Jung que estimulam a reflexão e o autoconhecimento: “O que não enfrentamos em nós mesmos encontraremos como destino”. “Sua visão se tornará clara apenas quando você puder olhar dentro de seu coração.