Marcela era prostituta, “conquistada” por presentes, sendo o seu amor naturalmente proporcional ao preço dos presentes que recebia. Relembra Brás Cubas: “Foi-me preciso coligir dinheiro, multiplicá-lo, inventá-lo”. Marcela protestava ao receber os presentes: “Pois isto é coisa que se faça… um presente tão caro…”.
Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava.
VIRGÍLIA – grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional.
11 contos = 243 mil pence. Lembrando que o sistema monetário inglês não era decimal, isso resulta em umas 1000 libras ; ou 83.000 libras de hoje. Em reais, pós- Brexit, dá uns R$ 357 mil. Ou seja, Marcela e Brás Cubas torraram R$ 23 mil por mês.
Descreve-se a vida adulta de Cubas, suas diversas tentativas de trabalho e de invenção (tal qual o emplasto). Por fim, o narrador descreve sua vida como um conjunto de negativas que acabam com um único saldo positivo: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
Brás Cubas, narrador-personagem do romance, possui quatro amores em sua vida: Marcela, Virgília, Eugênia e Nhã-Loló. Existem também quatro tipos de amor, segundo Stendhal: o amor-físico, o amor-paixão, o amor-vaidade e o amor-gosto.
Brás voltou a viver sozinho, escrevia versos algumas vezes e era por isso que recebia a visita de Luis Dutra. Foi por intermédio desse que recebeu a notícia da chegada de Virgília e seu marido. Talvez o momento em que os dois noivaram não era adequado, mas nesse momento era o tempo e assim os dois iniciaram um romance.
Desenvolvido e produzido no Brasil, no ano de 1881, Emplasto Brás Cubas é um potente phármakon indicado para o alívio da “nossa melancólica humanida- de”. Sua propriedade terapêutica envolve o livro e a droga, a escrita e seu duplo sentido (remédio/veneno) e sua eficácia.
“se bela por que coxa, se coxa por que bela?” Como disse o Prof. Rafael, ele não usa a “mentira estabelecida” ao falar o que realmente pensa. Brás Cubas nos coloca diante do vortex da vida. Da questão primordial do sentido da vida, de por que somos movidos, de como justificamos nossa existência.
o amor frustrado com Eugênia, uma bela jovem que, para a frustração do narrador, era coxa (palavra usada no século XIX para designar pessoas que mancam);
"Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?", frase citada por Brás Cubas ao conhecer Eugênia, sua pretendente à casamento, demonstra a insatisfação perante à sua deficiência física no livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis.
Mas o grande amor da vida de Brás Cubas foi Virgília. O pai de Brás Cubas queria o casamento para que ele se iniciasse na política. Virgília era filha de um Conselheiro.
Eugênia é a jovem bonita e pobre cujo destino melhor exemplifica tal oposição. É filha de Dona Eusébia, personagem do episódio em que Brás, menino, denuncia o beijo que ela recebe de Vilaça, homem casado de 47 anos, oculto numa moita.
d) Brás confessa que a invenção do “medicamento sublime” buscava puramente satisfazer sua vaidade e desejo de glória, ou seja, “o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas e, enfim, nas caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas”.
Qual é a principal crítica feita em Memórias Póstumas de Brás Cubas?
O escritor critica por meio da ironia e da volubilidade do comportamento do narrador o princípio da modernização conservadora e a continuação dos pressupostos e características coloniais na sociedade novecentista brasileira.
Seu funeral foi acompanhado por apenas onze amigos – ele justifica esse número pela falta de anúncios de sua morte e pela chuva fina que caía na ocasião.
No primeiro, o narrador apresenta-se como um defunto autor, habitando outro mundo. Ele conta sua vida a partir da sua morte, a ideia fixa de criar um emplasto para aliviar a dor humana, fazer fortuna, mas, principalmente, ver o seu nome impresso.
Brás Cubas nos apresenta Prudêncio pela primeira vez no capítulo XI “O Menino é Pai de Homem”. O escravo era o moleque da casa e servia como cavalo ao narrador.
Trata-se de uma narrativa de fragmentos, digressiva e psicológica, pois Brás Cubas não segue uma linearidade fixa ao mencionar os episódios de sua vida: começa pela descrição do funeral, depois menciona o que o levou a adoecer e o delírio que teve antes de expirar, e passa então a narrar episódios de sua infância.
Quem é o narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas?
O narrador, Brás Cubas, é um defunto que vai contando as suas lembranças. Ao abrir o livro, o leitor já é surpreendido com a dedicatória: . Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas.